Surgem novas evidências de que o programa de
governo de Marina Silva foi feito de improviso; trechos inteiros do
chamado "eixo 3", sobre "Educação, cultura e ciência, Tecnologia e
Inovação", foram copiados de um artigo da USP sem citar a fonte e o
autor - no caso, o professor Luiz Davidovich - como é comum em casos de
plágio; prática é duramente rechaçada pela comunidade acadêmica e
demonstra falta de ética; horas depois de divulgar o programa, o PSB
retirou o trecho sobre energia nuclear, alegando "erro de revisão";
nessa semana, o candidato do PSDB, Aécio Neves, acusou Marina de plagiar
parte do Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH), lançado por FHC
em 2002; "Ela poderia ter pelo menos dado crédito aos autores
verdadeiros da proposta e a FHC", disse; coordenadora do programa de
governo de Marina em nome da Rede foi Neca Setubal, herdeira do banco
Itaú.
247 – Vem à tona uma nova evidência de que o
programa de governo da presidenciável pelo PSB, Marina Silva, foi feito
de improviso. Trechos usados no "eixo 3", sobre "Educação, cultura e
ciência, Tecnologia e Inovação", foram copiados na íntegra de um artigo
publicado (acesse aqui) pela edição número 89 da Revista da USP (março/maio 2011), sem citar a fonte nem o autor, como é comum em casos de plágio.
O texto original, "De olho no futuro: a 4ª Conferência Nacional de
Ciência, Tecnologia e Inovação", foi escrito pelo professor Luiz
Davidovich, secretário-geral da 4ª Conferência Nacional de Ciência,
Tecnologia e Inovação para um Desenvolvimento Sustentável. A prática é
duramente rechaçada pela comunidade acadêmica e demonstra falta de ética
por parte da candidata e de sua equipe de campanha.
Um dos trechos cita a importância de se apoiar a energia nuclear no
Brasil e foi retirado horas depois do lançamento do programa pelo PSB,
no último dia 29. Em uma errata, o partido lamentou ter incluído o tema
como um dos pontos que merecem atenção para o aperfeiçoamento da matriz
energética do País e alegou "erro de revisão" para isso.
Há ainda outros trechos retirados da página 144 do programa de Marina
que foram copiados do artigo publicado pela Revista da USP sem citação
da fonte. Confira abaixo:
Trecho do plano de governo:
Fortalecer o Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária e as
políticas de CT&I e agrícola com vistas a avançar na
sustentabilidade da agricultura brasileira, desenvolvendo,
aperfeiçoando e difundindo de forma ampla tecnologias eficientes de
produção que conservem o solo, usem de forma eficiente a água, sejam
compatíveis com a preservação do meio ambiente e da biodiversidade e
permitam o aumento da produção sem expansão significativa da área
ocupada.
Trecho do artigo da USP:
• Fortalecer o Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária e
as políticas de CT&I e agrícola com vistas a avançar na
sustentabilidade da agricultura brasileira, desenvolvendo,
aperfeiçoando e difundindo de forma ampla tecnologias eficientes de
produção que conservem o solo, usem de forma eficiente a água, sejam
compatíveis com a preservação do meio ambiente e da biodiversidade, e
que permitam o aumento da produção sem expansão significativa da área ocupada.
Trecho do plano de governo:
Consolidar a liderança mundial do país na área de
biocombustíveis, adotando para isso – em estreita articulação com o
setor produtivo nacional – um vigoroso programa de pesquisa,
desenvolvimento, inovação e difusão de tecnologias.
Trecho do artigo:
• Consolidar a liderança mundial do país na área de
biocombustíveis durante a próxima década, adotando para isso - em
estreita articulação com o setor empresarial nacional - um vigoroso
programa de pesquisa, desenvolvimento, inovação e difusão de tecnologias
voltado para a produção e o uso de bioenergias.
Trecho plano de governo:
• Avançar na abordagem sistêmica da área de saúde, articulando
a política de CT&I com a de saúde propriamente dita e com a
política industrial. Destacam-se nessa agenda a necessidade de
agilizar a implementação das parcerias com as empresas nacionais;
utilizar o poder de compra do Estado para maximizar seus
resultados a médio e longo prazos; aperfeiçoar e compatibilizar os
regimes normativos da área (especialmente a vigilância sanitária, o
acesso à biodiversidade e o intercâmbio de material biológico) e
fortalecer a capacidade de realizar testes clínicos no Brasil.
Trecho artigo USP:
• Avançar na abordagem sistêmica da área de saúde, articulando
a política de CT&I com a de saúde propriamente dita e com a
política industrial. Em particular, utilizar o poder de compra
do Estado para maximizar seus resultados no médio e longo prazo e não
simplesmente para minimizar os custos imediatos; aperfeiçoar e
compatibilizar os regimes normativos da área (especialmente a vigilância
sanitária, o acesso à biodiversidade e o intercâmbio de material
biológico) e fortalecer a capacidade de realização de testes clínicos no
Brasil.
Amiga pessoal de Marina e herdeira do banco Itaú, Neca Setúbal foi a
responsável, no grupamento Rede Sustentabilidade, por fazer a interface
com o PSB para a feitura do programa de governo da candidata. "Eduardo
leu página por página e fez muitas observações", lembrou Neca sobre a
participação dela e do ex-governador Eduardo Campos na confecção do
programa de governo.
Nessa semana, o candidato do PSDB à Presidência, senador Aécio Neves, acusou Marina de plagiar
parte do Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH), lançado pelo
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em 2002. "O capítulo do programa
de Marina é uma cópia exata do PNDH de FHC. Ela poderia ter pelo menos
dado crédito aos autores verdadeiros da proposta e a FHC", disse Aécio.
"Não se teve sequer o cuidado de alterar palavras. Isso é apenas mais
uma sinalização do improviso, e da enorme contradição que ronda essa
candidatura", acrescentou o tucano.
Veja abaixo a íntegra do programa de governo divulgado pela equipe de campanha de Marina Silva:
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