Martin Luther King não era um dos idealizadores da Marcha para Washington. Com direito a provocação ao presidente Kennedy, lendário discurso do ativista teve vários episódios ao seu redor.
A Marcha por Trabalho e Liberdade, em 28 de agosto de 1963,
reuniu em Washington mais de 250 mil manifestantes em frente ao
monumento a Lincoln, o presidente que emancipou os escravos e cujo
decreto, nas próprias palavras de Luther King, pôs fim aos tempos de
cativeiro dos negros.
Naquela tarde, foi consagrado um dos discursos
mais clássicos de todos os tempos: "I have a dream" (eu tenho um sonho).
Conheça dez fatos curiosos que envolvem um dos principais momentos da
história recente dos EUA.
A. Philip Randolph |
1- Luther King não era o líder da Marcha para Washington: o verdadeiro
idealizador da marcha foi A. Philip Randolph, negro ligados a movimento
sindical norte-americano.
A. Philip Randolph |
Ele tentava organizar o protesto desde 1941.
King Jr, é verdade, ajudou na organização, mas nem de longe pode ser
considerado o líder da Marcha. Assim como Joan Baez e Bob Dylan, a
priori, era apenas mais um orador do dia.
2- A frase "I have a dream" (eu tenho um sonho em português) só foi dita no décimo nono parágrafo do discurso de Luther King.
3- Nada inédito. A expressão ficou famosa no dia 28 de agosto de 1963. No entanto, Luther King já tinha usado os mesmos termos diversas vezes em discursos anteriores.
2- A frase "I have a dream" (eu tenho um sonho em português) só foi dita no décimo nono parágrafo do discurso de Luther King.
3- Nada inédito. A expressão ficou famosa no dia 28 de agosto de 1963. No entanto, Luther King já tinha usado os mesmos termos diversas vezes em discursos anteriores.
4- Marlon Brandon. Eternizado na história do cinema por suas
interpretações em Último Tango em Paris e o Poderoso Chefão, o ator foi
um dos mais ativos durante o processo de mobilização dos manifestantes.
Reza lenda que chegou a puxar pelo braço outros colegas de Hollywood
para participar da Marcha.
John F. Kennedy |
5- O presidente Kennedy pediu à organização que o evento não fosse
realizado em um fim de semana devido ao medo da proporção que o
movimento pudesse tomar. A manifestação foi feita em uma quarta-feira e,
mesmo assim, foi uma das maiores da história dos EUA. Cerca de 1.500
ônibus e 30 trens foram fretados por sindicatos e movimentos sociais dos
EUA. Algumas cidades, como Nova York, decretaram feriado para que as
pessoas pudessem ir ou acompanhar pela TV os manifestantes.
6- Algumas mulheres acusaram a organização de discriminação. Apesar do
papel ativo que muitas mulheres brancas tiveram durante o movimento,
apenas negras puderam falar no microfone. Após a Marcha para
Washington, muitas que ficaram frustradas partiram para o movimento das
mulheres.
7-Lei Seca. As autoridades norte-americanas temiam que a multidão
perdesse o controle e partisse para violência. Washington, então,
proibiu que bares, restaurantes e supermercados vendessem bebidas
alcoólicas.
8- Após a marcha e o famoso "I have a Dream", o presidente
Kennedy recebeu os principais nomes do evento. Documentos da época
revelam que, afoito, Kennedy falava compulsivamente a King Jr, Randolph,
entre outros – que já estavam exaustos por um dia inteiro de caminhada e
discursos.
Kennedy,Randolph and King |
Randolph, com um bom teor de ironia, interrompeu o
presidente: "Por favor, será que poderíamos tomar pelo menos um leite?",
disse. Kennedy serviu lances e bebidas. A reunião prosseguiu logo após.
9- Malcolm X. Um dos principais líderes do movimento negro e com
influências dos Panteras Negras fez oposição à Marcha de Washington.
Malcolm X afirmou que o movimento estava tomado por "brancos".
10- Sonho virou pesadelo. Outra frase marcante na vida de Martin Luther
King veio anos depois.
Malcolm X |
Crítico ferrenho da guerra do Vietña e da
política externa norte-americana ele afirmou meses antes de sua morte
que...
"o sonho virou pesadelo" após decepção com engajamento político e
social dos afro-americanos nos EUA.
Viomundo/Free ilustration by: militanciaviva!
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