
O Estado tem responsabilidade sobre o assassinato do casal de extrativistas José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva, que ocorreu na terça-feira, no Pará. A afirmação é do representante da coordenação nacional da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Dirceu Fumagalli.
Segundo ele, o nome do casal estava na relação de pessoas ameaçadas de morte entregue, em 2009, ao Ministério da Justiça. "Tanto a CPT regional (do Pará) quanto a CPT nacional já tinham feito essa denúncia. De fato teve essa ocorrência. Todo assassinato por si só é algo abominável, mas esse, na atual conjuntura, é emblemático", afirmou.

Uma estimativa da CPT aponta que, entre 2001 e 2010, 377 pessoas foram assassinadas devido aos conflitos agrários no País. Os dados da Ouvidoria Agrária Nacional, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, são mais específicos. No mesmo período, 58 pessoas foram assassinadas no Pará em confrontos por terra e outros 62 casos estão sob investigação no Estado.
De acordo com o representante da pastoral, os casos de assassinato continuam ocorrendo frequentemente. João Cláudio e Maria do Espírito Santo foram mortos a tiros ontem em uma estrada vicinal que leva ao Projeto de Assentamento Agroextrativista Praialta-Piranheira, na comunidade de Maçaranduba 2, a 45 km do município de Nova Ipixuna, sudeste do Pará. Há suspeitas de que o crime foi cometido por encomenda.
Ontem, a presidente Dilma Rousseff (PT) determinou ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que a Polícia Federal (PF) seja acionada para investigar o assassinato dos dois líderes, ligados ao Conselho Nacional dos Seringueiros no município de Nova Ipixuna. Além da PF, o Ministério Público Federal e a Polícia Militar do Pará também estão investigando a morte do casal.
Fonte: (Agência Brasil)
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