Um estudo publicado esta sexta-feira (10) no jornal Science conta resultados surpreendentes da droga Bexaroteno, já usada no tratamento contra câncer de pele
Os testes estão programados para iniciar o quanto antes, mas levará tempo até que saibamos se ela pode atrasar o progresso do Alzheimer. Para uma doença que afeta uma enorme parcela da população, e sem nenhum tratamento, essa descoberta poderá ser um grande avanço
Todos nós esperamos envelhecer algum dia. Na medida em que vamos nos aproximando dos 80 anos, nossas chances de sofrer Alzheimer aumentam drasticamente. Quase 50% das pessoas acima de 85 anos podem ser afetadas por ela. Há progresso no entendimento da doença, que aparentemente é causada por “placas” que se formam no cérebro, mas ainda não existem tratamentos ou cura.
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Porém, um novo estudo pode oferecer a primeira esperança real para o tratamento. Na pesquisa publicada hoje no jornal Science, a equipe de pesquisadores liderados por Gary Landreth, da Universidade Case Western, e seu aluno graduado Paige Cramer, descobriu que um medicamento chamado Bexarotene apresenta efeitos surpreendentes em camundongos que sofriam de uma condição similar a pacientes com Alzheimer. Esses ratos possuem placas similares em seus cérebros, compostas de proteínas beta-amilóides, e apresentaram danos comportamentais e cognitivos iguais aqueles experimentados por vítimas de Alzheimer.
Poucas horas após receberem Bexaroteno, as placas nos cérebros dos camundongos começaram a dissolver-se. Como consequência, dentro de alguns dias os ratos apresentaram a recuperação de habilidades cognitivas que haviam perdido. Em particular, eles recuperaram a habilidade de fazer ninhos, um comportamento que apenas ratos saudáveis possuem. Eles também readquiriram parte de suas habilidades olfativas.
Bexaroteno (TargretinTM) é uma droga aprovada para o uso em seres humanos no tratamento de linfoma cutâneo das células T, uma tipo raro de câncer de pele. Ele funciona bloqueando o gene RXR, que é envolvido na produção das proteínas beta-amilóides. Cramer, Landreth e seus colegas partiram da hipótese de que se o Bexaroteno pode ultrapassar a barreira sanguínea do cérebro, poderia auxiliar na dissolução das placas associadas ao Alzheimer. Aparentemente eles estão corretos.
Uma grande ressalva é que muitas drogas potencialmente úteis funcionam em camundongos mas falham em seres humanos. Essa droga é diferente, pois seu uso já é aprovado em humanos, mas nunca foi testada em pacientes com Alzheimer. Os teste estão programados para iniciar o quanto antes, mas levará tempo até que saibamos se ela pode atrasar o progresso do Alzheimer. Para uma doença que afeta uma enorme parcela da população, e sem nenhum tratamento, essa descoberta poderá ser um grande avanço.
Fonte: Universia Brasil/art&ilustration militanciaviva
mviva
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