Cunha já sentou na cadeira. E tem o sorriso falso do FHC
por Paulo Henrique Amorim
Quem assistiu à posse não do Aécio mas da Presidenta pela NBR – leia em tempo – percebeu que Eduardo Cunha postou-se como o papagaio de pirata de 2015.
A certa altura, quando Dilma – e não Aécio – foi fazer o pronunciamento ao povo, no parlatório, Cunha curvou-se ainda mais para a frente de Temer e antes de desabar tentou um cumprimento, quem sabe um beijo na face da Presidenta.
Ficou com a mão no ar.
A Presidenta – que o viu, certamente, naquela oferecida coreografia – passou direto.
Tinha mais o que fazer.
Agora, dizem, Cunha saiu aí pelas redes sociais e sites de Daniel Dantas a dizer que é contra a Ley de Médios.
Foi peitar Berzoini.
Daniel Dantas, Cunha, Eduardo Campos – que a Lava Jato não poderá ignorar - e Pauzinho do Dantas, outro traíra, foram imortalizados, da tribuna da Câmara, pelo discurso corajosode Antony Garotinho sobre MP do Tio Patinhas ou dos Porcos – a desfiguração da MP que tentava – em beneficio de Dantas e seus sites dito “esquerdistas” – impedir a reforma, enfim, obtida.
Como diz o Mino, é tudo a mesma sopa.
Eduardo Cunha fala e age como presidente eleito e empossado da Câmara.
Já sentou na cadeira.
E, agora, vai contra Berozini, e se curva à bancada da Globo na Câmara e à própria Globo.
Como se sabe, a Globo vai reimplantar a virtude em Cunha.
Quem é Cunha, fora das paginas da Justiça ?
É possível que ele se imagine um desses varões de Plutarco do PiG – na categoria de FHC, integro, probo, patriota, sabido.
Sabido.
Aí, na literatura popular ele se confundiria com um herói ibérico, o Pedro Malasartes: sabido, astucioso, cínico, inesgotável em expedientes e enganos – diria Câmara Cascudo, especialista em folclore e heróis do povo.
No cinema, Malasartes foi imortalizado por Mazzaropi e Didi, dos Trapalhões.
Que encarnou Didi Malasartes.
Faz parte do elenco da Globo, portanto.
Cunha é contra a Ley de Médios.
Assim como foi contra a MP dos Portos e o Marco Civil da Internet.
Cunha só engana o PiG.
Malasartes faria melhor.
Em tempo: excelente a cobertura da NBR. Como as imagens eram em pool, tinha o mesmo que a Globo. A diferença esteve na narração e nos comentários. Na narração, a Globo apresentou um narrador de terciaria estrela. E, nos comentários, o Alexandre Maluf Garcia, que combinou o óbvio com o despeito. Ao contrário da NBR, que, por exemplo, na analise dos chefes de Estado que cumprimentaram a Dilma, situou muito bem o interesse nacional brasileiro – como se vê em “Uma Defesa do tamanho do Brasil”. Que pena o PT não ter construído uma TV estatal competitiva, como a dos países desenvolvidos, que a Casa Grande tenta copiar (menos nisso…).
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