Em defesa no processo da operação Lava Jato, executivo Gerson de Mello Almada, vice-presidente da construtora Engevix, relaciona o esquema de corrupção do doleiro Alberto Youssef ao financiamento privado dos partidos: “O pragmatismo nas relações políticas chegou, no entanto, a tal dimensão que o apoio no Congresso Nacional passou a depender da distribuição de recursos a parlamentares. O custo alto das campanhas eleitorais levou, também, à arrecadação desenfreada de dinheiro para as tesourarias dos partidos políticos”; ele diz que sofreu “achaques” do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, "em nome de partido, ou em nome de governo".
247 – Em sua defesa no processo da operação Lava
Jato, o executivo Gerson de Mello Almada, vice-presidente da construtora
Engevix, relacionou o esquema de desvios e suborno de agentes públicos
do esquema de Alberto Youssef ao sistema de financiamento privado dos
partidos.
Na petição assinada pelo advogado, Antonio Sergio de Moraes Pitombo, o
empresário diz que sofreu “achaques”, do ex-diretor de Abastecimento da
Petrobras Paulo Roberto Costa, e de outros administradores da
petroleira, "em nome de partido, ou em nome de governo".
A declaração expõe falência da política e a urgência em se acabar as doações privadas nas campanhas.
Leia trechos em questão da petição, disponível abaixo na íntegra:
“A denúncia não pode ser recebida, pois não conta a verdade, fim
precípuo do processo penal. Vale registrar alguns fatos notórios, outros
emergentes dos próprios autos do inquérito policial, que desapareceram
da acusação: faz mais de doze anos que um partido político passou a
ocupar o poder no Brasil. No plano de manutenção desse partido no
governo, tornou-se necessário compor com políticos de outros partidos, o
que significou distribuir cargos na Administração Pública, em especial,
em empresas públicas e em sociedades de economia mista.
O pragmatismo nas relações políticas chegou, no entanto, a tal
dimensão que o apoio no Congresso Nacional passou a depender da
distribuição de recursos a parlamentares. O custo alto das campanhas
eleitorais levou, também, à arrecadação desenfreada de dinheiro para as
tesourarias dos partidos políticos.
tesourarias dos partidos políticos.
Nessa combinação de interesses escusos, surgem personagens como
PAULO ROBERTO COSTA, que, sabidamente, passou a exigir percentuais de
todos os empresários que atendiam a companhia. Leia-se, exigir. O que
ele fazia era ameaçar, um a um, aos empresários, com o poder econômico
da PETROBRÁS. Prometia causar prejuízos no curso de contratos.”
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