Por: Fernando Brito
Coube ao Ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, hoje, chamar à realidade a colega da Agricultura, Kátia Abreu, pela tolice de ontem, ao dizer que “não existe mais latifúndio” no Brasil.A nossa ruralista precisa entender que ela não é mais líder de um segmento da sociedade, mas uma
agente pública de toda a sociedade para a produção rural.
Como dizem os gaúchos, um “trancaço” para Kátia Abreu aprender que governo é, para ser
democrático, o encontro de visões diferentes e o alcançar da síntese possível e produtiva para todos.
Aliás, um “trancaço” com direito às palavras do papa Francisco, a quem não se pode chamar de
“bolivariano”.
O trabalhismo socialista, no Brasil, jamais negou a importância do produtor rural. Ao contrário: até
Lula todos os seus grandes líderes eram ligado à produção e o ex-metalúrgico não seguiu caminho diferente, dando ao agronegócio brasileiro um apoio que “nunca antes na história deste país” teve.
Existe latifúndio, é inevitável que exista no modo capitalista de produção no campo e o Brasil não tem, propriamente, uma escassez de terras para todos.
Quem passa pelos imensos campos do Centro-Oeste brasileiro, naquela amplidão, não pode imaginar aquela área produzindo só em pequenas chácaras ou minipropriedades.
Mas quem, nas franjas daquela imensidão, vê milhares de famílias vivendo com pequenos terrenos e em barracos de lona também não pode reduzir este problema a ação de “agitadores” que foi para lá acabar com a “calma” da escravidão senhorial.
Patrus deu uma aula de civilização a Kátia Abreu.
E também o que significa uma visão moderna de economia inclusiva, onde escalas de produção e realidades econômicas devem se integrar e oferecerem-se, mutuamente, os benefícios da sinergia.
A menos que o produtor rural brasileiro ainda tenha a visão do “velho oeste”, achando que seu perfil que sua cabeça e sua cintura se prestem apenas para usar chapéu e um coldre de revólver.
E cowboy, D. Kátia, nem no cinema mais anda passando….
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