Se fossem hoje, as doações feitas por 12 empresas,
brasileiras e estrangeiras, para a criação do Instituto FHC
equivaleriam a R$ 16,3 milhões; este é o valor corrigido pelo IGP-M da
data das doações, que ocorreram em novembro de 2002 em um jantar no
Palácio do Alvorada, quando Fernando Henrique ainda era presidente;
montante é mais de quatro vezes os R$ 3 milhões, também corrigidos,
doados ao Instituto Lula pela Camargo Corrêa entre 2011 e 2013; após a
divulgação pela imprensa, como se fosse um escândalo, da doação da
empreiteira ao Instituto Lula, vem à tona a notícia de que a mesma
empresa, através da VBC Energia, foi a maior doadora do projeto de
digitalização do acervo de FHC e Ruth Cardoso.
247 – Se tivessem sido feitas no
mês passado, as doações de 12 empresas, brasileiras e estrangeiras,
para a criação do Instituto FHC equivaleriam a R$ 16.315.525,10. Este é o
valor corrigido pelo IGP-M da data das doações, em novembro de 2002,
quando o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso promoveu um jantar para
arrecadar fundos em pleno Palácio do Alvorada – pago com dinheiro
público. Na ocasião, o montante foi de R$ 7 milhões e o evento divulgado
como uma "noite de gala" pela revista Época.
Apesar dos valores e das circunstâncias das doações feitas ao iFHC,
os principais jornais do País divulgaram essa semana, como se fosse um
escândalo, a doação de R$ 3 milhões pela Camargo Corrêa ao Instituto
Lula, entre 2011 e 2013. Se considerarmos a data mais antiga do período
citado, ou seja, janeiro de 2011, para fazer o cálculo da correção pela
calculadora do Banco Central, o montante passaria a valer, em maio de
2015, R$ 3.854.218,50, quantia 4,2 vezes menor do que a doada ao iFHC em
2002.
Camargo também doou para o iFHC
A Camargo Corrêa foi uma das 12 empresas
que fizeram doações para a criação do iFHC em 2002. Além disso, após a
divulgação das doações da empreiteira ao Instituto Lula e de R$ 1,5
milhão à LILS Palestras Eventos e Publicidade – que de acordo com o
Instituto Lula, "são referentes a quatro palestras feitas pelo
ex-presidente, todas elas eventos públicos e com seus respectivos
contratos" – veio à tona a notícia de que a mesma empresa, através da
VBC Energia, foi a maior doadora do projeto de digitalização do acervo
de FHC e da ex-primeira-dama Ruth Cardoso.
Em janeiro de 2009, a Camargo Corrêa comprou a participação da
Votorantim e passou a deter 100% das ações da VBC Energia. Em registros
no site do Ministério da Cultura, consta a doação de R$ 1,7 milhão da
companhia ao projeto que traz a seguinte descrição: "tratamento técnico e
difusão dos acervos Presidente Fernando Henrique Cardoso e Antropóloga
Ruth Cardoso". Na lista de doadores, há 15 empresas, entre elas os
bancos Itaú, Safra e Credit Suisse, além de Raízen, Provar, Unicard,
Hipercard, Ambev e Dibens. A maior doação é feita pela VBC Energia.
De acordo com o delegado Igor Romário de Paula, da Lava Jato, "muito
provavelmente" as doações da Camargo Corrêa ao Instituto Lula serão
objeto de uma nova investigação da Polícia Federal, para apurar motivo e
origem dos recursos transferidos pela empresa, que já é alvo de
investigação no esquema de corrupção na Petrobras. Nada foi dito sobre a
doação feita em 2002 ao Instituto FHC.
Confira abaixo:
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