Por: Fernando Brito
Não tinha lido a coluna de meu velho – vale para os dois – coleguinha Tales Faria, no IG e e visto que ele bota, lá, todos os pingos nos iis sobre as exigências de Eduardo Cunha para firmar o acordo e aprovar o pacote de mudanças nas desonerações fiscais proposto por Joaquim Levy.
Tem aquelas que são, digamos assim, inspiradoras e certamente recompensarão a alma de Sua
Excelência: beneficiar os callcenters, as empresas de comunicação e de transportes.
Tem outras que são de alto interesse pátrio e bem na área em que Eduardo Cunha mais aprecia, a
financeira, onde se abrigou depois que seu padrinho Paulo César Farias afundou : a validação de
créditos do Fundo de Compensação de Variação Salarial (FCVS) a que alguns bancos têm direito.
Diz Tales: “são mais de R$ 80 bilhões surgidos quando o Banco Central emprestou dinheiro a
bancos como Nacional, Econômico e Bamerindus para que comprassem, com descontos de 50%,
títulos de dívida do Tesouro” criados para “recompensar as instituições que concediam
financiamento imobiliário e perdiam com juros e inflação” e que foram parar, em boa parte, com os
finados bancos Nacional, Bamerindus e Econômico, que, para serem reconhecidos, tem de submeter
à Caixa Econômica a “validação desses créditos — checar a origem da dívida, qual sua taxa de juro e
a documentação”.
Cunha, o desburocratizador, quer “liberar o pagamento imediato desses créditos aos herdeiros e
compradores destes bancos.”
E, finalmente, tem as exigências de ordem espiritual, simplesmente, como descreve Tales Faria:
“Cunha quer o compromisso da presidente Dilma Rousseff de que não vetará a isenção de impostos
sobre as chamadas “comissões” que líderes religiosos recebem de algumas igrejas evangélicas por
baterem metas de atração de fiéis e de recolhimento de dízimos”.
Tá certo, é a “produtividade”, não é? Afinal, narra o repórter, o fato de servirem como remuneração
“extra” de pastores torna um absurdo que a Receita tenha lhes aplicado multas que somam R$ 300
milhões, para as quais o Presidente da Câmara quer anistia, sem o veto de Dilma.
Assim é Cunha, o homem a quem a oposição está entregando o Brasil. E, como se viu no post
anterior, entregando a si própria.
Depois das orações, logo estaremos ouvindo aquele “derrama, senhor, derrama”…
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