NOTA DA FUP
Não deixaremos sangrar a Petrobrás no ringue das disputas eleitorais
Mais uma vez, a Petrobrás volta a ser palanque de disputas políticas
em ano eleitoral. Foi assim no governo Lula, foi assim em 2010 e não
seria diferente esse ano, quando as pesquisas eleitorais refletem o
apoio popular ao governo Dilma.
Tensionada, a oposição, em conluio com a velha mídia, mira na
Petrobrás para tentar desmoralizar a gestão pública da maior empresa
brasileira.
Os mesmos PSDB e DEM, que quando governaram o país fizeram de tudo
para privatizar a Petrobrás, trazem de volta à cena política antigas
denúncias sobre refinarias adquiridas pela empresa no exterior e tornam a
atacar as que estão em fase final de construção no Brasil. Quem
acompanha a nossa indústria de petróleo sabe da urgência de
reestruturação do parque de refino da Petrobrás, que, durante o governo
do PSDB/DEM, foi sucateado e estagnado, assim como os demais setores da
empresa.
Quando exercia o papel de governista (dos anos 90 até 2002), a
oposição demo-tucana quebrou o monopólio estatal da Petrobrás,
escancarou a terceirização, privatizou alguns setores e unidades da
empresa, reduziu drasticamente os efetivos próprios, estagnou
investimentos em exploração, produção e refino e ainda tentou mudar o
nome da Petrobrás para Petrobrax. Foi nessa época que a empresa
protagonizou alguns dos maiores acidentes ambientais do país e o
afundamento da P-36.
São os mesmos neoliberais que insistem em atacar a gestão estatal que
desde 2003 iniciou o processo que fará da Petrobrás uma empresa
verdadeiramente pública e voltada para os interesses nacionais.
Vamos aos fatos: em 2002, a Petrobrás valia R$ 30 bilhões, sua
receita era de R$ 69,2 bilhões, o lucro líquido de R$ 8,1 bilhões e os
investimentos não passavam de R$ 18,9 bilhões. Uma década depois, em
2012, o valor de mercado da Petrobrás passou a ser de R$ 260 bilhões, a
receita subiu para R$ 281,3 bilhões, o lucro líquido para R$ 21,1 bilhão
e os investimentos foram multiplicados para R$ 84,1 bilhão.
Antes do governo Lula, a Petrobrás contava em 2002 com um efetivo de
46 mil trabalhadores próprios, produzia 1 bilhão e 500 mil barris de
petróleo por dia e tinha uma reserva provada de 11 bilhões de barris de
óleo. Após o governo Lula, em 2012, a Petrobrás quase que dobrou o seu
efetivo para 85 mil trabalhadores, passou a produzir 2 bilhões de barris
de óleo por dia e aumentou a reserva provada para 15,7 bilhões de
barris de petróleo.
Apesar da crise econômica internacional e da metralhadora giratória
da mídia partidária da oposição, a Petrobrás descobriu uma nova
fronteira petrolífera, passou a produzir no pré-sal e caminha a passos
largos para se tornar uma das maiores gigantes de energia do planeta.
Não aceitamos, portanto, que esse processo seja estancado por grupos
políticos que no passado tentaram privatizar a empresa e hoje,
fortalecidos por novos aliados, continuam com o mesmo propósito.
Se confirmados erros e irregularidades na gestão da Petrobrás,
exigiremos que sejam devidamente apurados pelos órgãos de controle do
Estado e pela Justiça. A FUP e seus sindicatos acompanharão de perto
esse processo, cobrando transparência na investigação e
responsabilização de qualquer desvio que possa ter ocorrido. No entanto,
não permitiremos que sangrem a Petrobrás em um ringue de disputas
políticas partidárias eleitorais, como querem os defensores da CPI.
Reagiremos à altura contra qualquer retrocesso que possa ser imposto à
maior empresa brasileira, alavanca do desenvolvimento do país.
DIREÇÃO COLEGIADA DA FUP
Rio de Janeiro, 26 de março de 2014
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