Menino Maluquinho de Veja.com, o economista
Rodrigo Constantino concedeu entrevista ao site Infomoney, onde culpou a
presidente Dilma Rousseff pelo episódio de Pasadena e pediu ainda a
desestatização da empresa; "Privatizando, você acabaria com a
politicagem, ou seja, com o uso politico da empresa, que acaba
prejudicando os acionistas minoritários", disse ele
O economista Rodrigo Constantino afirmou, em entrevista exclusiva ao InfoMoney,
que a presidente Dilma Rousseff, de qualquer forma, é culpada no caso
da refinaria de Pasadena, que envolve a companhia estatal Petrobras
(PETR3, PETR4). “Das duas uma: ou ela foi negligente ou conivente, de
qualquer forma ela é culpada”, disse o autor do livro “Esquerda Caviar”.
De acordo com ele, se a presidente
tomou uma decisão como aquela, que causou um rombo de mais de US$ 1
bilhão à Petrobras, o que, segundo Constantino, beira o "absurdo" e
"levanta muitas suspeitas", ela foi totalmente conivente. Mas, se a
decisão não partiu dela, levando em conta que ela ocupava a presidência
do conselho da Petrobras, ela foi 100% negligente. “Você assinar cheques
bilionários de uma empresa sem nem tomar conhecimento é algo muito
grave”, explicou.
Para Constantino, no entanto, a
corda vai estourar do lado mais fraco. “Vão tentar culpar alguém, e os
peixes pequenos que irão pagar por isso, mas, mesmo assim, não tem como
ela sair ilesa, porque ou ela foi cúmplice ou responsável”, disse.
O caso
A empresa belga Astra Oil comprou, em 2005, uma refinaria do Texas, nos Estados Unidos, chamada Pasadena Refining System, por US$ 42,5 milhões. No ano seguinte, a empresa vendeu 50% desta refinaria à Petrobras, por nada menos que US$ 360 milhões, sendo que, para a usina se tornar operacional, ainda seria necessário investir mais US$ 1,5 bilhão, que seria dividido pelas duas empresas.
A empresa belga Astra Oil comprou, em 2005, uma refinaria do Texas, nos Estados Unidos, chamada Pasadena Refining System, por US$ 42,5 milhões. No ano seguinte, a empresa vendeu 50% desta refinaria à Petrobras, por nada menos que US$ 360 milhões, sendo que, para a usina se tornar operacional, ainda seria necessário investir mais US$ 1,5 bilhão, que seria dividido pelas duas empresas.
No entanto, uma das cláusulas do
contrato dizia que caso a empresa belga e a brasileira se
desentendessem, a Petrobras seria obrigada a comprar da Astra a outra
metade. Foi exatamente o que aconteceu: houve um desentendimento entre
ambas e a companhia europeia pediu mais US$ 700 milhões pelos outros
50%, que no final viraram US$ 820,5 milhões, visto que a estatal
brasileira se recusou a pagar e perdeu um processo de arbitragem para os
belgas.
Em resumo, a refinaria que foi
comprada pela Astra Oil por US$ 42,5 milhões acabou sendo revendida para
a Petrobras por US$ 1,180 bilhão, sendo que, como o investimento para
ela se tornar operacional ainda não foi feito, não pode ser usada, dando
ainda um custo milionário mensal de manutenção.
Isso vai afetar a popularidade da Dilma?
De acordo com Constantino, esse tipo de coisa não costuma chegar tão mastigado ao grande público mais leigo, mas, se a oposição souber usar isso de forma eleitoreira, vai conseguir arranhar a imagem da presidente, que se mostrou muito incompetente. “Pelo menos o resumo da ópera tem que ser levado à população, da forma mais simples possível”, afirmou.
De acordo com Constantino, esse tipo de coisa não costuma chegar tão mastigado ao grande público mais leigo, mas, se a oposição souber usar isso de forma eleitoreira, vai conseguir arranhar a imagem da presidente, que se mostrou muito incompetente. “Pelo menos o resumo da ópera tem que ser levado à população, da forma mais simples possível”, afirmou.
E a oposição já começou a usar a história a seu favor. Na quarta-feira (19), o candidato Aécio Neves, do PSDB, afirmou que a Petrobras é a OGX da Dilma.
Apesar de isso já ser um sinal de que eles ainda vão bater muito nesta
tecla, o economista contou que, para ele, talvez essa não tenha sido a
melhor estratégia. “Será que o povo que precisa dessa história
esclarecida entende a metáfora da OGX? Sinceramente, não sei nem se
sabem o que é OGX. Portanto, não sei se foi a melhor estratégia, mas foi
uma tentativa e isso mostra que ele ainda vai se aprofundar nisso e
tentar mastigar tudo para o grande público”, disse.
O escritor lamentou também que os
escândalos do governo sempre são desmascarados pela imprensa, afinal,
nunca um ministro foi tirado do cargo porque o governo descobriu algo,
mas sim porque saiu na imprensa, que sempre tem a iniciativa. Por isso,
segundo ele, quem é mais bem informado e está lendo as matérias no dia a
dia já está ciente de que esse é um governo que teve muitos escândalos
de corrupção nos últimos anos.
Qual é a solução? Privatização
“Sem sombra de duvidas a privatização é a melhor saída”, afirmou. Segundo Constantino, não tem argumentos bons que façam o estado ser o controlador do setor de petróleo, pois ele desvia o foco, cria controle de interesses, incentivos inadequados e manipula, usando-a como instrumento de controle à inflação, por exemplo. “Privatizando, você acabaria com a politicagem, ou seja, com o uso politico da empresa, que acaba prejudicando os acionistas minoritários”, explicou.
“Sem sombra de duvidas a privatização é a melhor saída”, afirmou. Segundo Constantino, não tem argumentos bons que façam o estado ser o controlador do setor de petróleo, pois ele desvia o foco, cria controle de interesses, incentivos inadequados e manipula, usando-a como instrumento de controle à inflação, por exemplo. “Privatizando, você acabaria com a politicagem, ou seja, com o uso politico da empresa, que acaba prejudicando os acionistas minoritários”, explicou.
Mas queme sairia ganhando com a
privatização da companhia? Os consumidores, que teriam um produto melhor
e mais abundante; os controladores, que vão ser entendidos do assunto;
os funcionários, que sairiam ganhando melhor salario, bônus e etc.; e o
contribuinte, que seria mais valorizado.
E quem sairia perdendo? O governo,
obviamente; os artistas, que recebem apoio; e os funcionários que não
gostam de trabalhar. “Só. Ou seja, o país, de forma geral, sairia
ganhando, então tem que privatizar”, concluiu.
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