Primeiro disparo contra a candidatura do senador
Aécio Neves (PSDB-MG), a denúncia da Folha sobre a construção de um
aeroporto na na cidade de Cláudio (MG), onde o ex-governador mineiro tem
uma fazenda, teve repercussão tímida em publicações como Globo, Estado e
a própria Folha; isso explica a iniciativa do PT, que decidiu entrar
com representação contra o presidenciável tucano por improbidade
administrativa, para manter o tema "aceso" durante a campanha eleitoral;
desdobramentos da investigação da Agência Nacional de Aviação Civil
também podem gerar novas manchetes; ontem, em Minas, Aécio defendeu que o
caso seja investigado "com transparência" e tucanos anunciaram ação
contra Dilma por "uso da máquina" para "perseguir adversários".
247 -O primeiro disparo contra a candidatura do
senador Aécio Neves (PSDB-MG), que foi a denúncia da Folha de S. Paulo
sobre a construção de uma pista de pouso na cidade de Cláudio (MG), onde
o presidenciável tucano possui uma fazenda (leia aqui), teve repercussão relativamente discreta na mídia impressa.
O principal exemplo disso foi a cobertura do jornal O Globo, que
dedicou uma nota pequena ao tema, sobre a investigação que será
conduzida pelo Ministério Público e pela Agência Nacional de Aviação
Civil sobre o caso. No Estado de S. Paulo, houve maior espaço para a
cobertura, com três matérias: uma sobre o pedido de explicações da Anac,
a declaração de Aécio defendendo a investigação e uma nota com a
informação de que a construtora responsável pelas obras, a Vilasa, fez
uma doação de R$ 67 mil à sua campanha para o governo mineiro.
Na própria Folha, o tom foi menos denuncista do que no domingo,
quando o caso foi revelado. A cobertura se limitou a noticiar a
investigação da Anac e a guerra judicial entre os comitês do PT e do
PSDB - enquanto o PT anunciou uma ação por improbidade administrativa
contra o senador tucano (leia aqui),
o PSDB respondeu com uma ação por uso da máquina contra o governo da
presidente Dilma, que, segundo o deputado Carlos Sampaio (PSDB/SP),
estaria usando a Anac para "perseguir adversários" (leia aqui).
A judicialização do episódio é uma tentativa deliberada dos dois
partidos. No caso do PT, visa manter o tema "aceso" na mídia. Para os
tucanos, trata-se de uma estratégia para conter os danos. Como o PT
enxerga nos jornais tradicionais uma trincheira da oposição, a ação
proposta pelo comitê da reeleição da presidente Dilma visa
constrangê-los a noticiar o caso, uma vez que fatos novos, como uma
eventual abertura de inquérito, não poderão ser ignorados. A resposta
tucana atende ao mesmo objetivo. Visa vitimizar o partido, como alvo de
perseguição política durante o período eleitoral.
O episódio também servirá para ilustrar o primeiro confronto desta
campanha presidencial entre veículos impressos e a chamada blogosfera,
onde o caso se alastra com maior velocidade. Os danos reais, no entanto,
serão medidos apenas nas próximas pesquisas eleitorais. Ontem, em
Minas, Aécio defende que o caso seja investigado "com lisura e
transparência".
O Aécio Neves que queria empunhar a bandeira da ética na política duante a campanha elitoral, agora faz contorcionims para explicar o uso de dinheiro público (14 milhões) para construção de um aeroporto particular em terras de sua família. Será que o nosso macunaíma sobreviverá ileso ao episódio AécioportoGate??
ResponderExcluir