Não faz sentido que Aécio e Eduardo ganhem pontos porque eles estiveram entre os mais vira-latas no que tange a Copa. Garantiram que o Brasil passaria "vergonha", que as obras não ficariam prontas
Pergunto a você, estimadíssimo leitor: o que mais os grupos
político-midiáticos de direita e esquerda que apostaram na Copa de 2014
como meio de desgastar Dilma poderiam ter feito para atingir tal
objetivo? Eu diria que fizeram de tudo e mais um pouco.
Pela esquerda, protestos violentos contra a Copa infernizaram as
grandes cidades, feriram centenas de pessoas, provocaram prejuízos
econômicos imensos, rebaixaram a autoestima dos brasileiros até o rés do
chão, tudo com base na mentira hedionda de que os investimentos no
evento teriam roubado dinheiro da Saúde e da Educação.
Pela direita, mentiras sobre a organização da Copa não deram um só
dia de sossego para os organizadores – ou para a face mais visível da
organização do evento, o governo federal. Após caírem as mentiras
espalhadas mundo afora pela mídia brasileira, a mídia internacional vem
denunciando aquela campanha infame que o evento sofreu, que previa
"caos".
Não se pode negar que essa campanha de desmoralização funcionou tanto
para um extremo quanto para o outro do espectro político – ao menos
enquanto foi possível manter mentiras dessa magnitude: Dilma caiu
razoavelmente nas pesquisas.
Além disso, do ano passado até abril deste ano, a 3 meses do início da Copa, pesquisa Datafolha
mostrava que a aprovação ao evento despencara. Em novembro de 2008, 79%
dos brasileiros apoiavam a Copa; em junho de 2013, eram 65%; em abril
último, esse apoio caiu para míseros 48% – a maioria, então, era
contrária ou indiferente a realizar a Copa no país.
Eis que, de supetão, sem divulgação prévia no UOL – como costuma
acontecer –, pesquisa Datafolha dá conta de melhora na aprovação de
Dilma – aparentemente minimizada pelo instituto – e, acima disso, de
forte melhora na aprovação à realização da Copa no Brasil, que, agora,
subiu para 63%. Em menos de um mês.
E, consequentemente, segundo essa pesquisa Datafolha
recém-divulgada, do mês passado para cá a aprovação ao governo Dilma
subiu de 33% para 35% e as intenções de voto dela subiram para 38%.
Para este Blog e os leitores que nele acreditam, não houve surpresa.
ONZE DIAS atrás, foi dito nesta página que o sucesso da Copa melhoraria a
aprovação de Dilma. Como você pode ver, leitor, não foi chute.
Mas, para variar, a famigerada "margem de erro" do Datafolha fez os
adversários de Dilma desfrutarem do que não faz sentido que desfrutem.
Eduardo Campos e Aécio Neves ganharam pontos também, mas dentro da
margem de erro de 2% – Dilma ganhou 4 pontos.
Não faz sentido que Aécio e Eduardo ganhem pontos porque eles
estiveram entre os mais vira-latas no que tange a Copa. Garantiram que o
Brasil passaria "vergonha", que as obras não ficariam prontas etc. Ora,
se nada disso ocorreu não faz sentido que tenham ganhado pontos.
"Análise" do diretor do Datafolha, Mauro Paulino, publicada na Folha
nesta quinta-feira 3 explica que os candidatos da oposição ganharam
esses pontinhos porque se tornaram "mais conhecidos" e porque caiu o
percentual dos que não escolheram um candidato, mas é balela. É mais
provável que tenham perdido pontos após a realidade da Copa desmascarar a
fantasia pregressa.
Este blog tem notícias de que pesquisas privadas feitas para o
governo Dilma mostram que os ganhos dela com a excelente organização do
Mundial superam o que o Datafolha diz. Isso porque o desmoronamento do
catastrofismo mostrou um fato aos brasileiros: Dilma e a Copa que seu
governo organizou foram alvo de mentiras, sob inspiração de seus
adversários políticos.
A campanha contra a Copa foi tão insistente, tão esmagadora, tão
peremptória que a ausência do desastre chegou a ser chocante. Muitos dos
que deram crédito àquelas mentiras ficaram absolutamente embasbacados
com a realidade.
Alguém que acreditou piamente nas mentiras – pessoa com quem este
blogueiro chegou a ter uma discussão acalorada – disse, recentemente,
que estava absolutamente chocado. Pediu-me desculpas, inclusive. E
reconheceu que houve (má) intenção política naquela história do "imagina
na Copa".
Para os brasileiros, em expressiva maioria, ficaram claros os métodos
dos críticos renitentes de Dilma. Mais do que isso, a grande mídia
atucanada desmoralizou-se fortemente.
Quem mandou exagerar tanto na dose?
Ora, não é por outra razão que a pesquisa Datafolha mostrou que
também no que diz respeito à economia e à expectativa dos entrevistados
sobre a própria vida houve melhora para Dilma e seu governo.
Tudo melhorou para Dilma. O pessimismo com a inflação caiu de 64%
para 58%, o pessimismo irracional com o desemprego – pois temos hoje o
desemprego mais baixo da história – caiu de 48% para 43%. Além disso,
subiu de 27% para 32% o contingente dos que acham que os salários irão
se valorizar.
Estamos falando de milhões de brasileiros que perceberam que foram
jogados contra Dilma ao custo de mentiras. Não há nenhuma outra
explicação. Esse fato é claro como água. E, mais do que isso, este blog
acredita que se trata de fenômeno não apenas irreversível, mas
crescente.
Além da verossimilidade de o Datafolha ter usado a margem de erro –
e, talvez, mais um tiquinho – para deprimir os números da adversária
Dilma e inflar os dos aliados Aécio e Eduardo, há outros números – que
serão conhecidos proximamente – dando conta de melhora ainda maior para a
presidente.
Ao fim, o que chama a atenção é a ironia suprema de a grande aposta
da oposição midiática para desgastar Dilma se tornar um dos principais
fatores que desencadearão sua reeleição, pois o desmoronamento das
mentiras mostrou quem é quem.
Este Blog não estranhará, portanto, se, em breve, Aécio Neves e
Eduardo Campos tentarem disputar com Dilma a paternidade da Copa.
Afinal, filho feio não tem pai, mas filho bonito tem um monte.
*
PS: a imagem que ilustra este texto é de uma charge que fiz na
madrugada de quinta-feira (3/7) após ler a pesquisa Datafolha na edição
on line da Folha de São Paulo. Fazia muito tempo que não desenhava ou
pintava. Na juventude (37 anos atrás), trabalhei como desenhista em uma
agência de publicidade. Depois que me casei (aos 22 anos), mudei de ramo
porque precisava sustentar a família e desenho, à época, não dava
dinheiro. Mas continuei desenhando. Contudo, após o nascimento de
Victoria, a quarta filha – que nasceu "especial" –, desanimei e parei.
Fazia anos que não desenhava. Voltei na madrugada do dia 3. Assim, peço
indulgência na avaliação da charge. Mas como no Facebook os amigos
gostaram, achei que seria apropriado reproduzi-la aqui no Blog.
Nenhum comentário:
Postar um comentário