Com mais de 40 mil, CUT mostra força e alivia Dilma
As manifestações em defesa da democracia, do
governo Dilma Rousseff e da Petrobras, puxadas pela CUT, MST e UNE,
movimentaram 24 Estados e o Distrito Federal nesta sexta (13); bandeiras
com o nome da presidente eram frequentes e os discursos contra qualquer
possibilidade de golpe e de um impeachment dominaram todos os atos; em
São Paulo, onde ocorreu a maior movimentação, mais de 40 mil pessoas
foram às ruas, segundo o Datafolha; grande adesão aos atos surpreendeu
até o governo, que temia conflitos com grupos contrários a Dilma, mas
todas as manifestações foram pacíficas; mesmo que a marcha deste domingo
(15), capitaneada pela oposição seja bem-sucedida os atos deste 13 de
março revelam que o governo da presidente Dilma tem um forte bloco de
apoio e que qualquer iniciativa golpista será rechaçada nas ruas; em
outras palavras, o golpe morreu.
247 - As manifestações em defesa da democracia, do
governo Dilma Rousseff, da Petrobras e a favor dos direitos
trabalhistas, puxadas pela CUT, MST e UNE, movimentaram 24 Estados e o
Distrito Federal nesta sexta-feira (13). As bandeiras com o nome da
presidente eram frequentes e os discursos contra qualquer possibilidade
de golpe e de um impeachment dominaram todos os atos. Em São Paulo, onde
ocorreu a maior movimentação, mais de 40 mil pessoas foram às ruas,
segundo dados do Datafolha. A grande adesão aos atos de hoje surpreendeu
até o governo, que temia conflitos com grupos contrários a Dilma, mas
todas as manifestações foram pacíficas. Mesmo que a marcha deste domingo
(15), capitaneada pela oposição seja bem-sucedido, os atos deste 13 de
março revelam que o governo da presidente Dilma tem um forte bloco de
apoio e que qualquer iniciativa golpista será rechaçada nas ruas. Em
outras palavras, é possível dizer que o golpe morreu.
Em São Paulo, onde ocorreu a maior concentração, com 41 mil pessoas,
mesmo sob muita chuva, os ativistas gritam palavras de ordem como “não
vai ter impeachment, não” e “fica Dilma”. As pautas dos movimentos foram
a defesa dos direitos dos trabalhadores, a defesa da democracia e o
repúdio ao impeachment, contra a privatização da Petrobras e a punição
dos corruptos juntamente de uma reforma política que acabe com o
financiamento empresarial de campanha.
“A CUT e os movimentos estão habituados a construir suas
reivindicações nas ruas, e o faremos sempre que a democracia estiver em
perigo. Sempre que houver aqueles que não aceitam a vontade da maioria,
nós estaremos nas ruas fazendo enfrentamento pelos nossos direitos“,
disse Vagner Freitas, presidente da CUT, que disse que este é apenas o
primeiro de outros atos.
Segundo ele, o movimento social saiu às ruas para apoiar a presidente
Dilma Rousseff e pressionar pelos direitos dos trabalhadores. “Ela
precisa de aliança com os movimentos sociais, operários, trabalhadores”,
disse. “Ela tem as dificuldades de um governo muito heterogêneo, um
congresso conservador, e que fica impulsionando a presidenta a tomar
medidas impopulares, que não condizem com o discurso com que ela se
elegeu”, afirmou.
O secretário de Organização do PT, Florisvaldo Souza, disse que os
atos convocados pela CUT e o MST em defesa da democracia funcionaram
como um marco em relação ao programado para o domingo contra o governo
de Dilma Rousseff. Florisvaldo admitiu que a cúpula do PT chegou a
sugerir que os organizadores cancelassem as manifestações desta
sexta-feira. Mas hoje reconhece que a iniciativa foi importante. "Ficou
demarcado que os golpistas estão do lado de lá", disse ele.
Mesmo diante da força do ato, o senador Álvaro Dias (PSDB), um dos
maiores apoiadores do golpe, disse ao Jornal Nacional que as
manifestações foram "fracasso de público" e "prova da impopularidade do
governo Dilma".
No Rio
No Rio de Janeiro, cerca de 1 mil pessoas participaram do ato. Os
manifestantes caminharam em direção à sede da Petrobras, onde o grupo
fez um abraço simbólico e cantou o Hino Nacional na porta do edifício.
Em seguida, gritaram "viva Dilma". Após alguns minutos na frente do
prédio, alguns manifestantes voltarão para a Cinelândia. Outros
continuaram no local. João Pedro Stédile, líder do MST, se disse feliz
com o que chamou de "jornada cívica em todo o país".
O ativista defendeu a presença do povo nas ruas, conforme pedido
feito pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em ato recente na
Associação Brasileira de Imprensa (ABI). “A rua é o único espaço em que o
povo pode discutir política. O Parlamento é dos deputados, os palácios
são dos eleitos. A rua é democrática e da paz. Quem é violento no Brasil
sempre foram os poderosos. A elite que não aceita repartir com os
trabalhadores a riqueza e o poder.”
Em Brasília
A manifestação a favor da presidente Dilma e contra a política
econômica dela, convocada pela CUT, reuniu cerca de mil pessoas, segundo
a PM, e os manifestantes, em Brasília. Os integrantes do movimento se
encontraram na rodoviária da capital sob forte vigilância da polícia. As
palavras de ordem eram a favor da presidente, contra o golpe, mas
também contrárias ao ajuste fiscal, atribuído ao ministro da Fazenda,
Joaquim Levy. Ao longo de toda a tarde não foram registrados confrontos.
Manifestações no Nordeste
As manifestações do Dia Nacional de Lutas em Defesa dos Direitos dos
Trabalhadores, da Democracia, da Petrobras e pela Reforma Política
ocorreram também em estados das regiões Norte e Nordeste, onde foram
organizadas pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) e tiveram
participação de entidades como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem
Terra (MST).
Em Salvador, o ato ocorreu na parte da manhã e teve a presença do
ex-presidente da estatal José Sergio Gabrielli. Em discurso, assim como
tinha feito ao depor ontem (12) na Comissão Parlamentar de Inquérito
(CPI) da Petrobras, Gabrielli voltou a dizer que os desvios de recursos
da empresa, investigados pela Operação Lava Jato, não tinham como ser
detectados. “A Petrobras é uma empresa séria, que tem um sistema de
controle. Portanto, não poderia capturar nos seus mecanismos de controle
o comportamento criminal de alguns, que fizeram conluio e os
comportamentos inadequados fora da companhia.”
Em Fortaleza, a manifestação ocorreu na Praça da Imprensa, no bairro
Aldeota. Os participantes seguiram em passeata pela Avenida
Desembargador Moreira e pediram também reforma política. Segundo a
Polícia Militar, cerca de 500 pessoas participaram do ato.
Representantes da CUT, que organizou a manifestação, estimaram que
aproximadamente 3 mil pessoas estiveram presentes.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social, as
manifestações foram pacíficas e não houve registro de incidentes. Os
policiais acompanharam os manifestantes, que seguiram da Praça da
Imprensa até a Assembleia Legislativa do Estado do Ceará.
Em Alagoas, 5 mil pessoas, segundo a CUT local, e 1.800, de acordo
com a Polícia Militar, participaram de uma passeata pelas principais
ruas de Maceió. A manifestação teve a presença de caravanas do interior
do estado. O ato teve início às 9h e terminou às 13h30. Segundo a
polícia, não foram registradas ocorrências.
No Acre, por causa da enchente que atinge parte da capital em função
do transbordamento do Rio Acre, a manifestação ficou restrita aos locais
de grande circulação de pessoas, como áreas comerciais e o Terminal
Urbano de Rio Branco. De acordo com a representação da CUT no estado, 50
pessoas participaram do ato.
No Amapá, a forte chuva que atingiu pela manhã a capital, Macapá,
obrigou a organização do movimento a alterar a programação. Em vez de
percorrer algumas ruas da cidade, os manifestantes se concentraram, das
8h às 12h, na Praça da Bandeira. O evento reuniu cerca de 300 pessoas,
segundo a CUT.
Em Belo Horizonte, a CUT informou que a manifestação começou por
volta das 16h, saido da Praça Afonso Arinos rumo à Praça Sete. Além da
CUT e de outras centrais de trabalhadores, o MST e outros movimentos
sociais e estudantis participaram do ato. A CUT estima que cerca de 5
mil pessoas tenham participado da mobilização.
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