Youssef coloca tubarão na Lava Jato: André Esteves
Dono do BTG Pactual e um dos empresários mais
ricos do País, o banqueiro André Esteves viu seu banco citado pelo
doleiro Alberto Youssef em sua delação premiada; o motivo seria o
pagamento de uma propina de R$ 6 milhões na venda de postos de
combustíveis de uma distribuidora comprada pelo BTG Pactual para a BR
Distribuidora; é a terceira vez que Esteves é envolvido em fatos que
relacionados à Petrobras ou à Lava Jato; ele foi citado pela compra de
poços de petróleo na África, durante a CPI da Petrobras, e é também um
dos controladores da Sete Brasil, que teve Pedro Barusco como um dos
seus principais executivos; agora, a acusação é mais grave e perigosa
para o banqueiro prodígio
247 - As delações
premiadas da Operação Lava Jato podem fazer uma nova vítima. Desta vez,
um dos empresários mais prósperos do País: o banqueiro André Esteves,
sócio do BTG Pactual.
Reportagem deste fim de semana dos
jornalistas Murilo Ramos, Thiago Bronzatto e Diego Escosteguy, publicada
na revista Época (leia aqui),
acusa o BTG de pagar uma propina de R$ 6 milhões, usando os serviços do
doleiro Alberto Youssef, para vender uma rede problemática de
distribuição de combustíveis à BR Distribuidora.
A acusação partiu do próprio Youssef, em sua delação premiada, obtida por Época.
O negócio em questão diz respeito à
Derivados do Brasil (DVBR), uma parceria entre o BTG e o polêmico
empresário Carlos Santiago, que foi dono da rede de postos Aster,
acusado de sonegar impostos e adulterar combustíveis.
Quando foi vendida para a BR
Distribuidora, por R$ 122 milhões, a DVBR tinha 118 postos, sobretudo em
São Paulo e Minas Gerais. Youssef afirma que, do valor pago pela
estatal, saíram R$ 6 milhões em propina, que ele próprio teria
distribuído.
Esta é a terceira vez que Esteves é
citado em negócios polêmicos, relacionados à Petrobras. Primeiro, na CPI
da Petrobras, foi questionada a venda de poços de petróleo na África ao
BTG Pactual. Mais recentemente, veio à tona que um dos principais
executivos da Sete Brasil, empresa controlada por Esteves, era Pedro
Barusco. A delação de Youssef, no entanto, o coloca no centro da Lava
Jato – uma posição perigosa para qualquer banqueiro, especialmente para
alguém à frente de um banco com ações negociadas em bolsa.
Em nota, Esteves se defendeu: “O
Banco BTG Pactual esclarece que o investimento na Derivados do Brasil
foi feito pela BTG Alpha Participações, uma companhia de investimento
dos sócios da BTG, e não pelo Banco BTG Pactual. O investimento na
Derivados do Brasil foi feito em 2009 e foi mantido apartado do Banco
BTG Pactual desde então. O investimento, que nunca foi relevante nos
negócios da companhia de sócios, foi malsucedido e apresentou perda de
100% do capital investido. Nunca houve qualquer distribuição de
dividendos ou qualquer forma de retorno de capital. Ao longo do tempo,
por diferenças de visões estratégicas e empresariais, a sociedade foi
desfeita e o processo de cisão vem sendo conduzido há mais de dois anos.
Nunca houve nenhum outro investimento da companhia de sócios no setor
de distribuição e comercialização de combustíveis”.
Também em nota, a BR Distribuidora
afirmou que o contrato com a DVBR foi importante para aumentar sua
participação no mercado, principalmente em São Paulo, e que o preço do
acordo foi compatível com o mercado.
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