O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB),
disse que apesar da crise política e ética vivenciada atualmente pelo
governo federal ainda não existem razões para pedir o impeachment da
presidente Dilma Rousseff; segundo ele, não existem provas de que a
presidente tenha cometido crime de responsabilidade e que é preciso
aguardar até o fim o desenrolar das investigações da operação Lava Jato;
antes dele, o governador de Goiás, Marconi Perillo já havia dito que
não defendia "essa tese do impeachment, do golpe".
247 - O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin
(PSDB), disse, nesta terça-feira (3),que apesar da crise política e
ética vivenciada atualmente pelo governo federal ainda não existem
razões para que seja pedido o impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Alckmin disse que até o momento não existem provas de que a presidente
tenha cometido crime de responsabilidade e que é preciso aguardar o
desenrolar das investigações da operação Lava Jato da Polícia Federal
sobre corrupção na Petrobras. O governador paulista é o segundo tucano
graduado a refutar a tese do impeachment. Antes dele, o governador de
Goiás, Marconi Perillo já havia dito que não defendia "essa tese do
impeachment, do golpe".
"Em relação ao impeachment, não vejo neste momento razão para isso.
Nós acabamos de sair de um processo eleitoral", disse Alckmin em
entrevista à Rádio Jovem Pan. Apesar disso, ele ressaltou que se o
regime político fosse parlamentarista e não presidencialista, a
presidente Dilma já teria caído. "Se o regime fosse parlamentarista, o
governo já tinha caído, porque perdeu a confiança. No presidencialismo,
um impeachment é extremamente traumático", explicou.
Alckmin disse, ainda, que o PSDB não teme ser afetado pela lista de
políticos que devem ser investigados pela Operação Lava Jato e que
deverá ser entregue nesta semana ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo
procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
"Temos uma crise grave econômica, extremamente difícil. Somada a ela,
uma crise política, difícil de prever o desdobramento. E uma crise
também de natureza ética, porque é inimaginável uma pessoa de quarto
escalão, no primeiro aperto, dizer que devolve US$ 100 milhões. É uma
situação difícil", analisou .
O comentário foi feito em cima do depoimento de delação premiada do
ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, que firmou um acordo para
devolver R$ 100 milhões que teriam disso desviados da estatal.
Alckmin também destacou que as manifestações de rua são "extremamente
saudáveis" à democracia. Apesar disso, ele defende que o PSDB não
participe do ato marcado para o próximo dia 15 pelo impeachment da
presidente Dilma. "O PSDB não vai participar de manifestação, porque ela
é da sociedade, é espontânea", justificou.
O governador também criticou o discurso feito pelo ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva no ato em defesa da Petrobras, realizado no Rio de
Janeiro na semana passada.
Segundo ele, a declaração de Lula foi "extremamente infeliz" ao citar
a existência de um "exército" que seria comandado pelo líder do
Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), João Pedro Stédile,
para defender a presidente.
"Tudo que o Brasil não precisa é brasileiro contra brasileiro. É pregar a discórdia. Foi extremamente infeliz", ponderou.
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