Como se sabe, o Ministro Gilmar invocou a si o privilegio de ignorar solenemente o voto de seis colegas do Supremo.
Por 6 a 1, o Supremo decidiu que empresas não podem financiar campanhas eleitorais.
O imparcialíssimo Ministro Gilmar, nomeado pelo Príncipe da Privataria, pediu vistas e impediu que a decisão seja aprovada.
O que deu origem ao movimento “devolve Gilmar”.
Por que será ?
Como se trata de um Ministro com um cadastro impecável de decisões republicanas, o motivo deve ser de edificante relevância.
Ele deve estar a estudar, incansavelmente, a melhor forma de contribuir para a lisura do pleito e o respeito à soberania popular, não é isso ?
Mas, há uma hipótese: o Ministro Gilmar, altruisticamente, espera o destino, no Congresso, da chamada PEC Vacarezza.
É um projeto de lei que pretende instalar na Constituição o direito de as empreiteiras propinarem os políticos, como se vê na Lava |Jato.
É o que demonstram dois vídeos de retumbante hilariedade: o que demonstrou comoCerra e FHC foram deslavadamente subornados e como o policial errou de endereço e entregou tudo no condomínio do Senador Romário.
Vacarezza pretendia tornar a roubalheira “constitucional”.
As empreiteiras poderão, constitucionalmente, dar dinheiro a rodo a políticos.
Se o Congresso aprovar isso, a ADIN da OAB, que está por 6 a 1 vitoriosa no Supremo, perde a razão de ser.
E o Ministro Gilmar, republicanamente, não precisará votar …
Como diria o Dr Tancredo, em política não há coincidências.
Ou o Vitorino Freire: se você vir um cagado no galho da árvore, é porque alguém botou lá.
Já que cágado não sobe em árvore.
Foi o Vacarezza quem botou o cágado lá …
Paulo Henrique Amorim
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