Por: Fernando Brito
Em
Nossa Senhora de Paris, de Victor Hugo, o arcediago Claúdio pousa a mão
sobre um livro e, olhando para a Catedral de Notre Dâme. diz:
– Isto substituirá aquilo.
Era a maneira de dizer que a palavra impressa substituiria a arquitetura monumental – como aquela catedral, com suas gárgulas – como forma de levar idéias e representações à sociedade, onde os livros só passaram a existir, fora dos pequenos círculos, com a chegada da imprensa de Gutemberg.
De fato, ainda que com o poder dos index librorium proibitorium e o crescentemente proibitivo custo da impressão, jornais e livros passaram a ser o caminho natural da expressão e, mais importante, das representações de ideias.
Se me permitem a comparação, homens de letras eram figuras tão invejáveis como são hoje os “homens de marqueting”.
O rádio e a televisão, que limitaram outra vez o número de fontes de emissão de mensagens – há de ter a concessão, os equipamentos e o dinheiro, sempre o dinheiro -, ganharam a supremacia, mas de forma também limitada e efêmera.
Seu apogeu e glória duraram meio século…
Hoje, o mecanismo hegemônico de representação de ideias e interesses, e de sua propagação, é a internet.
É onipresente e onisciente. Ainda não é um Deus, porque não é onipotente, mas carrega-se cada dia mais de poder.
É uma tolice discutir, com base em números do faturamento publicitário, se ela superou as demais mídias.
A métrica correta é do quanto ela influi na formação e na propaganda de conjuntos de ideias e posicionamentos nas sociedades, porque conduz as pessoas a praticarem – e para que o mundo inteiro veja – a agressividade, a intolerância, a brutalidade.
Servem para espalhar um fundamentalismo egoísta, estúpido e selvagem que vai desde aos xingamentos a Guido Mantega num hospital aos tratores derrubando monumentos assírios milenares em Nimrud, no Iraque, ou a destruição de estátuas com mais de 3 mil anos em um museu na cidade iraquiana de Mossul.
O diferente para a ser herege e o herege deve ser destruído.
A palavrões, a marretadas, a impichadas, a bala, se necessário.
E tudo num processo que, embora aparentemente insano, possa ser mostrado via internet, com vídeos, ainda que sejam de decapitações.
O “convencimento”, afinal, se dará pela histeria, pelo chocante, pela intimidação e até pelos atração de um juventude sem sonhos, mas com delírios, que vê, afinal, algo “diferente” acontecendo.
Porque, afinal, todos são bárbaros, infiéis, corruptos…
Não pensem que, quanto a esta arma, os seus donos e financiadores são os mesmos donos de tudo no mundo.
Sobram-nos alguns espaços, é certo, que cuidam para que não se expandam em demasia.
Não investem bilhões apenas para espichar as orelhas cibernéticas da NSA e bisbilhotar celulares e e-mails.
Monitoram e, monitorando, influem ou dirigem.
Criam e “descriam” – porque são situações inorgânicas, antihistóricas, artificiais – blackblocs, primaveras árabes, exércitos islâmicos que encantam ou repugnam os tolos como se fossem entes duradouros, destinados a se tornarem realidades sociais.
São apenas formas de destruir, confundir e facilitar a dominação.
– Isto substituirá aquilo.
Era a maneira de dizer que a palavra impressa substituiria a arquitetura monumental – como aquela catedral, com suas gárgulas – como forma de levar idéias e representações à sociedade, onde os livros só passaram a existir, fora dos pequenos círculos, com a chegada da imprensa de Gutemberg.
De fato, ainda que com o poder dos index librorium proibitorium e o crescentemente proibitivo custo da impressão, jornais e livros passaram a ser o caminho natural da expressão e, mais importante, das representações de ideias.
Se me permitem a comparação, homens de letras eram figuras tão invejáveis como são hoje os “homens de marqueting”.
O rádio e a televisão, que limitaram outra vez o número de fontes de emissão de mensagens – há de ter a concessão, os equipamentos e o dinheiro, sempre o dinheiro -, ganharam a supremacia, mas de forma também limitada e efêmera.
Seu apogeu e glória duraram meio século…
Hoje, o mecanismo hegemônico de representação de ideias e interesses, e de sua propagação, é a internet.
É onipresente e onisciente. Ainda não é um Deus, porque não é onipotente, mas carrega-se cada dia mais de poder.
É uma tolice discutir, com base em números do faturamento publicitário, se ela superou as demais mídias.
A métrica correta é do quanto ela influi na formação e na propaganda de conjuntos de ideias e posicionamentos nas sociedades, porque conduz as pessoas a praticarem – e para que o mundo inteiro veja – a agressividade, a intolerância, a brutalidade.
Servem para espalhar um fundamentalismo egoísta, estúpido e selvagem que vai desde aos xingamentos a Guido Mantega num hospital aos tratores derrubando monumentos assírios milenares em Nimrud, no Iraque, ou a destruição de estátuas com mais de 3 mil anos em um museu na cidade iraquiana de Mossul.
O diferente para a ser herege e o herege deve ser destruído.
A palavrões, a marretadas, a impichadas, a bala, se necessário.
E tudo num processo que, embora aparentemente insano, possa ser mostrado via internet, com vídeos, ainda que sejam de decapitações.
O “convencimento”, afinal, se dará pela histeria, pelo chocante, pela intimidação e até pelos atração de um juventude sem sonhos, mas com delírios, que vê, afinal, algo “diferente” acontecendo.
Porque, afinal, todos são bárbaros, infiéis, corruptos…
Não pensem que, quanto a esta arma, os seus donos e financiadores são os mesmos donos de tudo no mundo.
Sobram-nos alguns espaços, é certo, que cuidam para que não se expandam em demasia.
Não investem bilhões apenas para espichar as orelhas cibernéticas da NSA e bisbilhotar celulares e e-mails.
Monitoram e, monitorando, influem ou dirigem.
Criam e “descriam” – porque são situações inorgânicas, antihistóricas, artificiais – blackblocs, primaveras árabes, exércitos islâmicos que encantam ou repugnam os tolos como se fossem entes duradouros, destinados a se tornarem realidades sociais.
São apenas formas de destruir, confundir e facilitar a dominação.
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