Dura ação contra mulheres que se manifestavam na decadente Roma
Premiê da Itália, Renzi, e presidente da França, Hollande, enfrentam
crítica popular. Ambas manifestações contra cortes orçamentários e
reformas começaram pacíficas, mas passeata de Roma acabou com dezenas de
feridos.
Dezenas de milhares protestaram em Roma e Paris neste fim de semana
contra a política de austeridade dos respectivos governos nacionais.
Enquanto os protestos na capital francesa transcorreram pacificamente,
diante do Ministério da Economia italiano a polícia e os manifestantes
travaram confrontos violentos nas ruas.
Os participantes da passeata da tarde de sábado (12/04), no centro de
Roma, criticavam as reformas anunciadas pelo primeiro-ministro Matteo
Renzi. Segundo as autoridades locais, pelo menos 30 pessoas ficaram
feridas, entre as quais 20 agentes de segurança. Um rapaz sofreu
ferimentos graves quando um morteiro explodiu em sua mão.
Os protestos começaram pacíficos, apesar de ovos e laranjas serem
atirados contra o ministério. A escalada de violência ocorreu depois que
manifestantes mascarados atacaram os policiais com garrafas, pedras e
fogos de artifício. Os agentes responderam com gás lacrimogêneo e
cassetetes, prendendo seis manifestantes.
O ministro italiano do Interior, Angelino Alfano, elogiou a ação
policial e condenou a violência. O prefeito de Roma, Ignazio Marino,
lembrou que "o direito de protestar, sobretudo em relação a temas tão
importantes e atuais, não pode descambar para a violência".
Renzi, na chefia do governo da Itália desde 22 de fevereiro, planeja uma
série de medidas de austeridade e reformas do mercado de trabalho que
incluem um afrouxamento dos mecanismos de proteção do emprego. Na última
semana, o governo em Roma definiu reduções e cortes de gastos que somam
vários bilhões de euros.
Protestos pacíficos em Paris: "Quem é socialista está do lado dos salários"
Franceses contra o estúpido Hollande
Cortes bilionários planejados pelo governo também motivaram passeata em Paris. O presidente François Hollande e o novo premiê, Manuel Valls, ambos socialistas, pretendem reduzir os gastos públicos em 50 bilhões de euros até 2017.
Segundo os organizadores da manifestação, que haviam convocado os
comunistas, sindicalistas e partidos radicais de esquerda para
participar, 100 mil pessoas foram às ruas da capital da França. As
estimativas da polícia falam de 25 mil participantes. Estes traziam
faixas com dizeres como "Hollande, chega!" e "Contra a política de
austeridade, pela distribuição da riqueza".
O índice de popularidade do chefe de Estado é de apenas 18%, a mais baixa desde sua eleição, em maio de 2012. O barômetro mensal Ifop – publicado pelo periódico Journal du Dimanche com base numa enquete representativa envolvendo 1.900 entrevistados – indica que Hollande é o presidente francês mais impopular desde a introdução no país da eleição por sufrágio universal, em 1958.
Em contrapartida, na mesma pesquisa, o primeiro-ministro Valls, que
assumiu o cargo no início de abril, contou com 58% de opiniões
favoráveis. Tal discrepância de 40 pontos percentuais entre a
popularidade de um presidente da República e seu chefe de governo é um
fato inédito na história da França.
AV/dpa/rtr
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