Em coletiva de imprensa nesta tarde o pré-candidato ao governo de São Paulo desafiou: "mente quem diz que indiquei Marcus Cezar Moura para qualquer cargo". O ex-ministro da Saúde diz que o que viu
essa semana "foi uma tentativa de inibir debates sobre os problemas de São Paulo"
247 – Com ênfase e voz empostada, o ex-ministro Alexandre Padilha negou na tarde desta sexta-feira 25, em concorrida entrevista coletiva, que tenha indicado o ex-integrante do Ministério da Saúde Marcus Cezar Moura para ser intermediário entre o órgão público e o laboratório Labogen, ligado ao doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal.
"Mente quem diz que indiquei Marcus Cezar Moura para qualquer cargo, mente quem diz que houve contrato do Ministério da Saúde com a Labogen, mente quem diz que há envolvimento meu com o doleiro citado", afirmou Alexandre Padilha.
"Vou buscar esclarecimento de qualquer suposto envolvimento do meu nome a partir de mensagens de terceiros. Vou interpelar qualquer pessoa que tiver usado meu nome em vão, inclusive o senhor André Vargas. Não admito", acrescentou o ex-ministro, que acrescentou que irá "constituir advogado junto à PF para ter acesso a toda documentação" sobre o caso.
Ele anunciou que está pedindo à Polícia Federal o "acesso completo" ao relatório produzido pela Polícia Federal em torno da Operação Lava Jato. "Estou indignado. Repudio o envolvimento do meu nome por terceiros que não têm qualquer acesso ao Ministério da Saúde".
Com o presidente Emídio de Souza, do PT de São Paulo, ao seu lado direito, Padilha zombou do pedido formalizado pelo DEM, em Brasília, para que ele compareça à Câmara para esclarecimentos:
"A iniciativa do DEM certamente não é para esclarecer as apurações. Não vou comparecer a qualquer espetáculo que se queira fazer sobre isso. Nunca o DEM pediu para um prefeito do seu partido comparecer à Comissão de Fiscalização e Controle", disse.
"Estão destilando raiva contra mim" - Padilha disse que os ataques que está sofrendo tem a ver com o momento eleitoral: "Toda a vez que mostro um problema e aponto uma solução, como a questão da água, vêm para cima de mim destilando raiva".
"Fiquei indignado, repudio fortemente o que saiu nos jornais", reclamou Padilha. "Nunca antes na história desse País vi isso: meu assessor de imprensa recebeu às sete horas da noite pedidos de quatro jornais e duas tevês com a mesma pergunta. Nos dez anos em que estou nisso, desde o Ministério da Saúde, nunca vi isso", acrescentou.
CANDIDATURA - Na parte final da coletiva, que continuava às 17h44, sob aviso da assessoria de "última pergunta", Padilha foi questionado sobre rumores de substituição de sua candidatura dentro do PT. Ele passou a palavra ao presidente regional do partido:
"Nem se cogita essa hipótese, talvez seja um desejo dos adversários. Nós caminhamos com a candidatura unificada de Alexandre Padilha", garantiu Emídio.
O pré-candidato fez elogios à PF, responsável pela investigação que envolve o doleiro Youssef, e aproveitou para criticar a polícia paulista, do governo Geraldo Alckmin (PSDB). "Tenho o maior orgulho da Polícia Federal brasileira. Queria Deus que a polícia de São Paulo tivesse a mesma competência, a mesma autonomia que a Polícia Federal tem. Quero lembrar que todas as apurações em torno dos 15 anos de desvios no Metrô foram levantados por órgãos federais, o que nunca aconteceu aqui em São Paulo".
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