Texto adaptado de Rodolfo Mohr*
O dia 18 de junho de 2011, o 18J, já é um feito histórico das lutas sociais do nosso país. Nele, em 40 cidades, aproxidamente 50 mil brasileiras e brasileiros estiveram na Marcha da Liberdade - movimento que surgiu como um contraponto à repressão policial à Marcha da Maconha em São Paulo. Essa segunda jornada de atos pela liberdade se nacionalizou.
Marcha em Porto Alegre |
Ouvimos nas capitais e em várias outras cidades os gritos por liberdade de expressão, por liberdade de organização, por liberdade de manifestação. Liberdade. Democracia. Muita gente deve ter estranhado. Essa gurizada toda querendo o que a gente já tem? Pois é. Nas ruas de Porto Alegre, muita gente parou para nos olhar. Era dia de Passe Livre nos ônibus. Direito mensal que é muito boicotado. Poucos ônibus, muitas filas, muita espera, muita gente apertada. Foram centenas de pessoas comuns marchando e clamando democracia dianta de tantas outras centenas de pessoas comuns. Houve uma troca de identidade muito forte. Muitos dos que olhavam, pegaram seus celulares para fotografar e filmar. Levar sua parte da Marcha para casa.
Unimos muitas pautas, muitos movimentos, partidos políticos e gente que não curte partido nenhum. Nossa luta interna era para todo mundo se respeitar, cultivar diversidade, colher democracia. Nossa luta para fora era derrubar os muros dos ouvidos, plantar diálogo, colher outro futuro.
Marcha em Belém |
Marchamos em Porto Alegre, São Paulo, Rio, BH, Floripa, Salvador e em mais uma pá de cidade. No dia 19, a Marcha ocorreu em Belém/PA. Nas marchas, conhecemos gente que nem no Facebook conhecíamos. Inserimos o Brasil na nova era. Um tempo de luta por democracia real.
A história andou mais rápido essa semana. O novo mundo parece quem tem pressa para nascer. A Grécia novamente conflagrada, a beira de novo colapso econômico, teve centenas de milhares nas ruas. O surpreendente Supremo Tribunal Federal legalizou a apologia ao debate, a manifestação pública de quem quer descriminalizar a maconha. Aqui no RS, emparedamos a microditadura do DCE da PUCRS.
Amanhã, 19/06/11, de Madrid para toda a Europa. Os indignados do 15M e da Democracia Real Ya! mais fortes do que nunca. E no meio de tanta diversidade, caminhando, vimos muita identidade. Entre nós mesmos, entre a Marcha e o povo, entre a rua e a luta. Apenas começamos!
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* Rodolfo Mohr é estudante de Jornalismo, membro do DCE da UFRGS e militante do Juntos!
# Texto extraído da página do Jornal Juntos-pela-Liberdade!
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