Conferência proferida na VI Convenção de Solidariedade a Cuba, em Porto Alegre, partilhando mesa com os jornalistas Marcos Weissheimer (Carta Capital) e Norelys Morales Aguilera (Cuba).
A gente já ouviu na fala do Marcos Weissheimer de que é feita nossa mídia. Então, não há nada de errado com o fato de todos fazerem o bloqueio qualificado com relação a Cuba. Digo qualificado porque na verdade, só há bloqueio para um determinado tipo de notícias. Nós podemos ver, por exemplo, a exaustão, um desses barcos cheios de gente fugindo de Cuba em direção a Miami nas redes nacionais. E matérias emocionadas de repórteres baseados em Miami. E comentários dos âncoras dos jornais nacionais. Estas notícias não são bloqueadas. Pelo contrário. São disseminadas. É mesma velha lógica já muito bem elaborada por Noam Chomsky no seu livro “Os guardiões da liberdade”. Nesse livro ele explica como os meios de comunicação nos Estados Unidos lidam com as notícias ruins das nações amigas e com as notícias ruins das nações inimigas. Os jornais e TVs falam de tudo que acontece. A questão é: como falam? Chomsky mostra que as notícias ruins nos países inimigos são trabalhadas de forma exagerada, desvirtuada, exaustivamente. Já quando é numa nação amiga, as notícias ruins também são dadas, não há censura, mas não passam de notas ou matérias evasivas. E como no Brasil seguimos o mesmo padrão estadunidense, é tudo muito igual.
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