Duas capas de O Globo são emblemáticas. Na de ontem, um alerta para que o Parlamento se enquadre diante da ordem do STF. Na de hoje, a denúncia de uma rebelião do Congresso, como se o Legislativo não fosse um poder independente, em defesa de suas próprias prerrogativas.
Editorial acusa Marco Maia de agir como militante partidário. Detalhe: todos os partidos (inclusive DEM e PSDB), menos o PPS, dão apoio ao presidente da Câmara
A julgar pelas duas últimas capas do jornal O Globo, da família
Marinho, o periódico é um dos entusiastas da chamada “supremocracia”,
regime político que se tenta implantar no Brasil e que coloca o Supremo
Tribunal Federal acima de todos os demais poderes.
Ontem, a chamada em negrito destacava “Supremo cassa deputados e adverte direção da Câmara”.
Abaixo, o subtítulo, que era quase um toque de recolher, e dizia:
“Ministro Celso de Mello faz duro alerta contra reações corporativas e
diz que insubordinação é inaceitável”. Algo que poderia ser lido apenas
como “enquadrem-se”.
Hoje, a manchete também traduz uma tomada de posição. “Congresso se
rebela e manobra contra STF”. Ou seja: o parlamento não é mais um poder
independente, que se vale de suas próprias prerrogativas, mas um agente
rebelado da República.
Se isso não bastasse, o jornal também publicou editorial afirmando
que Marco Maia age como militante partidário, esquecendo-se de seu papel
institucional que, na visão do Globo, seria simplesmente se curvar à
“supremocracia”. Detalhe: todos os partidos, menos o PPS, dão apoio ao
presidente da Câmara dos Deputados na defesa das prerrogativas da Casa
Legislativa.
Fonte: Brasil 247
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