“Yo no canto por cantar
ni por tener buena voz
canto porque la guitarra
tiene sentido y razón”
Quando o “império” decidiu remover do poder, no Chile, o
Governo de Unidade Popular que tanto prejuízo lhes estava a causar, com
o seu “mau exemplo” para o continente e, entre outras coisas, a
nacionalização das (gigantescas) minas de cobre, serviu-se das botas
cardadas e da selvajaria de Pinochet e dos seus sequazes para abrir
caminho ao que viria a ser o regresso do Chile “ao mercado” e à “democracy”.
Para guiar a economia chilena de volta ao mercado, foram enviados para o Chile os “Chicago Boys”, a equipa de “economistas” de Milton Friedman, o verdadeiro “deus” de uma boa parte daqueles que, presentemente, governam em Portugal.
Sim, isto anda tudo ligado...
Claro que esta quadrilha de “economistas” só avançou
para o Chile depois de os assassinos de Pinochet, orientados e apoiados
pela CIA, terem removido os “escolhos” que tinham “desviado” o país para
“maus caminhos”. Um desses “escolhos” foi Victor Jara!
«Canta agora, filho da puta!» -
gritou-lhe um dos oficiais, depois de lhe terem esmagado as mãos
durante mais uma sessão de espancamento, no Estádio do Chile. “Canta agora...” – uma espécie de versão mais “hardcore” do discurso do nosso ministro Miguel Macedo e da fabula da cigarra e da formiga.
Como ele, segundo contam alguns sobreviventes da
chacina, se levantou e cantou... foi ali mesmo assassinado a tiro,
perante todos os presentes.
Se tivesse sobrevivido, Victor Jara teria feito 80 anos na passada sexta-feira.
Achei que era esta a melhor “cigarra” a convidar para hoje nos cantar uma das suas canções, “Manifiesto”, no dia seguinte ao que se passou numa grande praça de Lisboa e dentro de cada um daqueles que ali estiveram.
“Manifiesto” – Victor Jara
(Victor Jara)
Post original by Samuel Cantigueiro
Nenhum comentário:
Postar um comentário