Emmanuel Nery,Prostituta.
Aos poucos, sem nenhum respeito ou rigor jornalístico,
boa parte da mídia passou a tratar Rosemary Noronha como amante do
ex-presidente Lula. A “namorada” de Lula, a acompanhante de suas viagens
internacionais, a versão tupiniquim de Ana Bolena, quiçá a reencarnação de
Giselle, a espiã nua que abalou Paris e que na minha adolescência tantas vezes fez questão de entrar comigo no banheiro.
Como a versão das conversas grampeadas entre ela e Lula
foi desmentida pelo Ministério Público Federal, e é pouco provável que o baixo
meretrício do mundo midiático volte a apelar para grampos sem áudio, restou
essa nova sanha: acabar com o casamento de Lula e Marisa.
Já que a torcida pelo câncer não vingou e a tentativa de
incluí-lo no processo do “mensalão” está, por ora, restrita a umas poucas
colunas diárias do golpismo nacional, o jeito foi apelar para a vida privada.
Lula pode continuar sendo popular, pode continuar como
referência internacional de grande estadista que foi, pode até eleger o
prefeito de São Paulo e se anunciar possível candidato ao governo paulista pra
enlouquecimento de Miriam Leitão, Alexandre Gracinha e desespero das senhoras de
Santana. Mas não pode ser feliz. Como não é possível vencê-lo nas urnas, urge,
ao menos, atingi-lo na vida pessoal.
Isso vem da mesma mídia que, por oito anos, escondeu uma
notícia, essa sim, relevante, sobre uma amante de um presidente da República.
Por dois mandatos, Fernando Henrique Cardoso foi refém da
Rede Globo, uma empresa beneficiária de uma concessão pública que exilou uma
repórter, Míriam Dutra, alegadamente grávida do presidente. Miriam foi ter o
filho na Europa e, enquanto FHC foi presidente, virou uma espécie de prisioneira
da torre do castelo, a maior parte do tempo na Espanha, e ele, embasbacadamente
surpreso com tamanha façanha, cumpriu os dois mandatos sob a sanha dos Marinho.
William Bonner (seu nome de batismo é Boinamerd – com “d”
mudo), como sempre, escondeu mais essa porcaria tucana, como serviçal que dedica
toda sua vida aos caprichos dos mesmos “Marinho’s”.
Não há um único tucano que não saiba a dimensão da dor
que essa velhacaria causou no coração de Ruth Cardoso, a discreta primeira-dama
do Brasil à época. Dona Ruth morreu com essa mágoa, antes de saber que o
incauto marido, além de tudo, havia sido vítima do famoso “golpe da barriga”. O
filho, a quem ele reconheceu quando o garoto fez 18 anos, não é dele, segundo
exame de DNA exigido pelos filhos de Ruth Cardoso. Uma corno-tragicomédia varrida para
debaixo do tapete, portanto, por essa mídia escrota comandada pelo “quinta
coluna” William Bonner.
O assunto, salvo uma reportagem da revista Caros
Amigos, jamais foi sequer aventado por essa mesma mídia que, agora, destila fel
sobre a fictícia “namorada” de Lula. Assim, sem nenhum respeito ao
constrangimento que isso deve estar causando ao ex-presidente, a Dona Marisa e
aos filhos do casal. Liberados pela falta de caráter, bom senso e humanidade, a
baixa assessoria de tucanos, entre os quais alguns jornalistas, tem usado as
redes sociais para fazer piadas sobre o tema, palhaços da tristeza absorvidos
pela vilania de quem lhes confere o soldo.
Esse tipo de abordagem, hipócrita sob qualquer prisma,
era o fruto que faltava ser parido desse ventre recheado de ódio e
ressentimento, sem pai definido, transformado em doutrina pela fracassada
oposição política e por jornalistas que, sob a justificativa da sobrevivência e
do emprego, se prestam ao emporcalhamento do jornalismo, trazendo-o ao nível
mais nauseante das sarjetas das antigas madrugadas no cais do porto.
Na
semana passada William Boinamerd – o mais exemplar
quinta coluna deste nosso Brasil – escondeu no seu Jornal Nacional a
progressão
da Presidenta Dilma do ano passado para este, no ranking das
personalidades
mais poderosas do mundo montado pela revista Forbes, onde aparece como a
18ª personalidade mais importante do mundo numa lista de cem, mas no
dia seguinte
anunciou matéria paga por banqueiros nacionais e internacionais
incomodados com a derrubada dos juros no Brasil, na revista
inglesa The Economist, pedindo a cabeça do ministro Guido Mantega, como
condição para uma possível reeleição da Presidenta Dilma.
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