Na cruzada empreendida por parte da mídia
brasileira para submeter o Poder Judiciário a seus propósitos políticos,
a revista Veja cometeu mais uma violência neste fim de semana; colocou
sob suspeição o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal,
porque, num email, o empresário José Adelmário Pinheiro, da OAS,
pergunta a um ministro do STF, Benedito Gonçalves, se este iria ao
aniversário de Toffoli; detalhe: não há nenhuma mensagem direta com o
ministro; reportagem é retaliação ao voto do ministro, que ajudou a
libertar nove presos na Lava Jato.
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Entre os setores mais esclarecidos da sociedade brasileira, não resta
dúvida de que os principais inimigos da democracia no Brasil são setores
da mídia que tentam submeter todas as instituições republicanas,
incluindo o Poder Judicário, à sua agenda política.
Exemplo notório dessa prática é a
linha adotada pelo jornal O Globo, que, recentemente, defendeu 'medidas
medievalescas' (como definiu o ministro Teori Zavascki), argumentando
que prisões podem ser usadas como instrumento de força para se obter
delações (leia mais aqui) – o que só vale, claro, para os inimigos políticos dos Marinho.
No entanto, ninguém vai tão longe
nesse vale-tudo quanto a revista Veja, que usa duas táticas: por vezes, o
linchamento público, por outras, a "faca no pescoço", com a ameaça de
que esse linchamento venha um dia a ocorrer.
O exemplo da semana é uma
"reportagem" sobre o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal.
Ele é colocado sob suspeita, no julgamento da Operação Lava Jato, por
um motivo absurdo: um email de terceiros, em que é citado.
A mensagem, além de não ter sido
enviada nem recebida por Toffoli, o que por si só bastaria para
desqualificar a denúncia, não trata de nenhuma negociata. Os personagens
do email são o empresário José Adelmário Pinheiro, da OAS, e o ministro
Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça.
E o que diz o email? Pinheiro pergunta a Gonçalves se este vai ao aniversário de Dias Toffoli. Só isso.
A reportagem de Veja, além de
ridícula, é apenas uma retaliação ao ministro por seu voto no julgamento
recente do STF, que libertou nove empresários presos na Lava Jato.
Toffoli acompanhou o relator Teori Zavascki, assim como o ministro
Gilmar Mendes, definindo o placar por 3 a 2 – foram vencidos Celso de
Mello e Carmen Lúcia.
Para a imprensa que tem como função
zelar pela democracia, é dever denunciar o atentado cometido por Veja
contra o ministro Toffoli.
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