José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo Silva |
BELÉM - O juiz Murilo Lemos Simão, da comarca de Marabá, no Pará, pronunciou no final da tarde de segunda-feira que os três acusados do assassinato de José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo Silva irão a júri popular por homicídio triplamente qualificado.
José Rodrigues Moreira, Lindonjonson Silva Rocha e Alberto Lopes do Nascimento |
O crime ocorreu em 24 de maio de 2011, no interior do projeto de assentamento Praia Alta Piranheira, município de Nova Ipixuna no sudeste do Pará. Os acusados José Rodrigues Moreira, Lindonjonson Silva Rocha e Alberto Lopes do Nascimento foram acusados pela prática de homicídio por motivo torpe (disputa pela posse de terra), meio cruel (uma das orelhas de José Cláudio foi cortada pelos pistoleiros quando ainda estava vivo) e sem possibilidade de defesa (crime praticado mediante emboscada).
Se condenados pelo tribunal do júri, os acusados poderão pegar pena máxima de até 60 anos de prisão cada. O júri popular poderá ocorrer ainda este ano, mas ainda há a possibilidade dos réus retardarem o processo.
(Ilustração militanciaviva) |
O casal foi assassinado a cerca de 6 km de sua casa, quando trafegavam de moto em direção à cidade de Nova Ipixuna. Ao diminuír a velocidade para passar em uma ponte danificada, foi surpreendido por vários tiros disparados pelos pistoleiros Lindonjonson e Alberto. Eles morreu no local.
(Ilustração militanciaviva) |
Na área adquirida ilegalmente por José Rodrigues já residiam três famílias que aguardavam serem assentadas pelo INCRA. Meses antes do assassinato do casal, as famílias foram expulsas dos lotes por meio de uma ação ilegal de policiais de Nova Ipixuna. José Claudio e Maria apoiaram a volta dos posseiros aos lotes e denunciaram a ação criminosa de José Rodrigues ao INCRA, polícia civil de Marabá e Ouvidoria Agrária. Percebendo o apoio do casal às famílias e tendo seus interesses contrariados, José Rodrigues teria decidido mandar matar o casal. O assassinato do casal teve grande repercussão nacional e internacional.
Há mais de 20 anos que os dois desenvolviam um reconhecido trabalho de defesa da floresta existente no assentamento contra a ação criminosa de grileiros, madeireiros e carvoeiros. Por essa razão, nos últimos anos, vinham recebendo constantes ameaças de morte, sem que providências tivessem sido tomadas por parte das autoridades federais e estaduais para protegê-los. As investigações, tanto da Polícia Civil quanto da Polícia Federal, podem ter sido insuficientes para que todos os envolvidos no crime fossem identificados. De acordo com as investigações, dois outros proprietários teriam tido participação no crime, mas não foram chegaram a ser indiciados.
O Globo
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