“Pela vida grita a Terra... Por direitos, todos nós!” É sob esse lema que movimentos sociais e pastorais sociais se articulam para 17ª edição do Grito dos Excluídos. A mobilização, que acontece desde 1995 durante a Semana da Pátria, chama a população ao denunciar as exclusões e a lutar por seus direitos. De acordo com Ari Alberti, integrante da coordenação nacional do Grito dos Excluídos, a manifestação popular acontecerá em todo o país.
A cada ano, o Grito dos Excluídos se consolida não como um evento pontual do dia 7 de setembro, mas como um processo. Isso porque, segundo Alberti, o Grito é um "espaço de formação e informação”. Para isso, promove debates e discussões antes, durante e depois da Semana da Pátria.
De acordo com ele, algumas cidades realizam debates, seminários e pré-gritos desde o mês de junho. E a ideia também é que, após o 7 de Setembro, as organizações sociais de cada local possam juntar as reivindicações manifestadas na mobilização para realizar um documento e cobrar das autoridades. "O Grito é um processo conjunto de formação e conscientização para o projeto popular, com ações pré e pós [Grito]”, comenta.
O integrante da coordenação nacional lembra que, por ser descentralizado, não há uma pauta específica de reivindicação, pois as demandas são de acordo com os problemas locais. "A ideia é que cada local possa fluir o grito que faz parte do dia-a-dia”, afirma.
Importância da participação
Para Ari Alberti, o lema Pela vida grita a Terra... Por direitos, todos nós! chama atenção para a discussão tanto sobre o meio ambiente, ameaçado pelo modelo desenvolvimentista e pelas grandes obras, quanto sobre os direitos. "É importante lembrar que saúde, educação, moradia são direitos básicos previstos na Constituição”, comenta.
Para ele, é importante que a população se articule e reivindique seus direitos e participe mais nos debates. "Ou a sociedade se organiza ou os direitos não vão acontecer”, avisa, ressaltando a importância da participação popular para se ter um país independente.
Realizado desde 1995, o Grito dos Excluídos já faz parte do calendário nacional de ações realizadas durante o dia 7 de setembro. De acordo com Alberti, a mobilização conseguiu mudar a ideia de Semana da Pátria e questionar sobre o Dia da Independência. "Mesmo quem não concorda, sabe que existe uma atividade diferente das marchas oficiais”, destaca.
Fonte: Adital
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