Chineses de etnia Uigur aguardavam acordo com algum país que os recebesse desde 2008
Dois chineses muçulmanos que ficaram presos por quase
uma década sem sentença na Base de Guantánamo, em Cuba, foram soltos e
enviados a El Salvador nesta semana, de acordo com um anúncio do
Pentágono nesta quinta-feira, 19.
Arquivo/Reuters
Os detentos, de etnia Uigur, tinham sido declarados livres por um
juiz federal em 2008. A sentença dizia que, embora eles tivessem sido
capturados no Afeganistão, não eram combatentes inimigos dos Estados
Unidos.
"Nós estamos felizes por eles dois", disse Sabin Willett, um advogado
de Boston que ajudou a representá-los em vários estágios das ações de
habeas corpus.
O governo americano não identificou os homens, mas Willet disse que
se chamavam Ahmed Mohamed e Abdul Razak. Mohamed pretende se tornar
vendedor em El Salvador, segundo o advogado. Ele nunca falou
pessoalmente com Razak, e não sabe dos seus planos para o futuro.
Oficiais de El Salvador visitaram Guantánamo e entrevistaram os dois
chineses há mais de um ano, segundo Willet. Ainda restam 169 detentos em
Cuba, incluindo três Uigurs.
Mohamed e Razak são os primeiros presos libertos desde janeiro de 2011, quando um algeriano foi repatriado.
Uigurs em Guantánamo
O governo Bush mandou 22 presos de etnia
Uigur do Afeganistão para Guantánamo há cerca de uma década. Depois de a
justiça ter declarado a maioria desses homens livres, os Estados Unidos
- nas administrações de Bush e de Obama - tiveram dificuldades em
definir um lugar para enviá-los.
Eles não poderiam ser repatriados, já que o governo chinês atualmente
tenta suprimir o movimento separatista dos Uigurs na região de
Xinjiang. A China, pedindo a custódia dos presos, pressionou outros
países para que não aceitassem o envio dos Uigur.
No início de 2009, o governo Obama quase conseguiu abrigar alguns dos
chineses nos Estados Unidos, mas desistiu dos planos depois de a
decisão provocar alvoroço político.
Albânia, Bermuda, Palau e a Suíça receberam alguns Uigurs, mas outros
detentos rejeitaram as ofertas de recolocação nestes países.
estadão.com.br/Com informações do New York Times
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