O ex-governador Claudio Lembro |
Ser
conservador não quer dizer, necessariamente, ser andidemocrata.
Infelizmente, no Brasil os conservadores historicamente costumam se
aliar ao que há de mais reacionário, atrasado e golpista.
Há exceções,
entretanto, embora poucas. Uma delas é o ex-governador paulista Cláudio
Lembro, ex-janista e ex-prócer do DEM. Em 2006, no auge da violência
desencadeada pelo PCC em São Paulo, ele recusou a abraçar o
discurso fascistizante de mais repressão e disse o Brasil
tinha burguesia "muito má", "uma minoria branca muito perversa". "A
bolsa da burguesia vai ter que ser aberta para poder sustentar a
miséria social brasileira no sentido de haver mais empregos, mais
educação, mais solidariedade, mais diálogo e reciprocidade de situações".
Agora, ele elogia a presidente Dilma Rousseff por ter iniciado uma
queda de braço com os bancos. Melhor que muito esquerdista de fancaria. Pas mal, como diriam os franceses...
O silêncio dos bancos
Esta
é importante. Mas, as autoridades monetárias precisam conhecer as
múltiplas opiniões sobre tão relevante tema. Sabe-se a importância de um
sistema financeira sólido.
Este deve ser altamente capitalizado para vencer as conjunturas adversas. No entanto, esta verdade não pode ser superior ao debate democrático. Inexistem, nas democracias, cantos escuros.
Ao propor um grande debate sobre os juros, a presidente Dilma atinge um novo patamar na política nacional. Luta-se pela decência nos negócios públicos. Avança-se nos temas sociais.
Não podia, pois, tão importante elemento do Estado nacional ficar longe das discussões públicas. Ao trazer para arena política a moeda, o governo federal inova e se qualifica.
Lamenta-se que os partidos políticos silenciem. Nenhum líder partidário se pronunciou sobre o debate a respeito dos juros. Há uma inexplicável paralisia.
Os bancos, como agentes privilegiados da economia, têm se movimentado. Ainda na semana que passou em Brasília representante do sistema bancário fez exposição às autoridades fazendárias.
Compreende-se o silêncio e a cuidadosa posição dos empresários financeiros. Os bancos são instituições sensíveis. Estão sujeitas à observação continua dos mercados.
Qualquer movimento precipitado não é positivo para a higidez das instituições. Coloca a sensibilidade da sociedade em exposição. Daí o cuidadoso silêncio dos administradores bancários.
O assunto, contudo, está na pauta dos debates públicos. É melhor enfrentá-lo com objetividade e respeito à opinião pública. Esta já se encontra exaurida só de boas imagens.
É momento de boas atitudes. Coragem e firmeza para enfrentar a questão. Espera-se um posicionamento efetivo dos agentes financeiros. As autoridades já disseram o que querem.
O silêncio dos bancos
Por Cláudio Lembo
Do Terra Magazine
Rompeu-se
um dogma na política. Havia um tema raramente examinado pelas
personalidades públicas. Ou pelos meios de comunicação. Falava-se sobre
todos os temas. Um só era tratado de maneira ufanista.
Análises
em profundidade não apareciam nos jornais ou nos noticiários das
televisões e rádios. Apenas exames superficiais e complacentes. Uma
aparente inexplicável situação.
Rompeu-se
o silêncio. A presidente Dilma Rousseff trouxe ao debate a política
monetária. Esta sempre ficou restrita aos fechados escaninhos do Banco
Central.
Os
iniciados podiam tratar da moeda. O vulgo deveria receber lições e
aceitar as regras. Quando qualquer movimento se esboçava, surgia a
afirmação da autonomia do Banco Central.
Este deve ser altamente capitalizado para vencer as conjunturas adversas. No entanto, esta verdade não pode ser superior ao debate democrático. Inexistem, nas democracias, cantos escuros.
Tudo
deve ser debatido com racionalidade. A busca de eficiência é comando
constitucional. Todos devem procurar este objetivo. Não podem
determinados agentes sobrepor a outros, por mais significativos que se
apresentem.
Ao propor um grande debate sobre os juros, a presidente Dilma atinge um novo patamar na política nacional. Luta-se pela decência nos negócios públicos. Avança-se nos temas sociais.
Agora
é hora de se analisar este patrimônio coletivo que é a moeda. Ela se
coloca como um dos maiores atributos da soberania. É símbolo do grau
econômico conquistado por um país.
Não podia, pois, tão importante elemento do Estado nacional ficar longe das discussões públicas. Ao trazer para arena política a moeda, o governo federal inova e se qualifica.
Lamenta-se que os partidos políticos silenciem. Nenhum líder partidário se pronunciou sobre o debate a respeito dos juros. Há uma inexplicável paralisia.
O Banco Central do Brasil |
Os bancos, como agentes privilegiados da economia, têm se movimentado. Ainda na semana que passou em Brasília representante do sistema bancário fez exposição às autoridades fazendárias.
Consta
que ocorreram críticas à fala do representante do sistema bancário.
Teria demonstrado números que levaram à perplexidade, quando tratou do
chamado spread bancário.
Não
se conhecem pormenores do acontecimento. Certamente, os bancos estão
examinando o tema com preocupação. Até agora, nenhum sinal de
atendimento aos apelos governamentais.
Compreende-se o silêncio e a cuidadosa posição dos empresários financeiros. Os bancos são instituições sensíveis. Estão sujeitas à observação continua dos mercados.
Qualquer movimento precipitado não é positivo para a higidez das instituições. Coloca a sensibilidade da sociedade em exposição. Daí o cuidadoso silêncio dos administradores bancários.
O assunto, contudo, está na pauta dos debates públicos. É melhor enfrentá-lo com objetividade e respeito à opinião pública. Esta já se encontra exaurida só de boas imagens.
É momento de boas atitudes. Coragem e firmeza para enfrentar a questão. Espera-se um posicionamento efetivo dos agentes financeiros. As autoridades já disseram o que querem.
0utras do professor Cláudio Lembo 'desenterradas' pelo blog MILITÂNCIAVIVA
Lembo: "Cansei" é termo de dondocas enfadadas
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Cláudio Lembo - O próprio ato de nascimento do movimento. O "Cansei" nasce conduzido por figuras conhecidas que sempre possuíram e possuem uma visão elitista do país e da sociedade.
Por exemplo, ao sr. João Doria Jr., que só trata com os grandes empresários do Brasil, e que, até onde sei, só se relaciona com o topo da sociedade. Suas ações e relações estão sempre nesse nível, que representa uma parcela ínfima do Brasil.
Meu ou de qualquer um. Basta ver a forma, a expressão, o verbo utilizado para dar sentido ao movimento. "Cansei" tem um sentido muito próprio.
"Cansei" é um termo muito usado por dondocas enfadadas em algum momento das vidas enfadonhas que vivem.
Tenho consciência e isso me deixa mais triste ainda.
Porque é a utilização de um movimento natural e de motivos nobres por movimentos e atividades com claro objetivo político ainda que tentem escondê-lo ou apesar de o negarem, e isso não é bom.
Não é bom porque as vítimas, os familiares, os acidentes comoveram o Brasil e produziram, inclusive na sociedade, uma dor imensa, enquanto o movimento de Campos do Jordão o que quer é ter espaço na mídia etc.