A bancada do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo
quer investigação sobre os contratos da Delta Construções com o governo
estadual. Em requerimento protocolado no Ministério Público, nesta
quinta, três deputados da sigla - João Paulo Rillo, Adriano Diogo e Enio
Tatto - apontam que obra executada pela empreiteira teve aumento de 75%
sobre o valor inicial.
Já está em curso na Promotoria do Patrimônio Público e Social da
Capital - braço do Ministério Público que investiga improbidade - um
procedimento sobre a obra.
O PT sustenta existência de "possíveis irregularidades e ilegalidade"
em contratos formalizados pelo consórcio Nova Tietê, integrado
inclusive pela Delta, alvo da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal.
O diretor da Delta para a Região Sudeste, Heraldo Puccini Neto, está
foragido - a Justiça em Brasília decretou sua prisão preventiva por
envolvimento em suposto esquema de fraude em licitações na área de
transporte público do Distrito Federal.
O PT suspeita que o contraventor Carlos Cachoeira é sócio oculto da
Delta. Os parlamentares citam reportagem do jornal O Estado de S. Paulo,
que revelou que o custo da Nova Marginal ficou em R$ 1,75 bilhão - 75%
acima do estimado no primeiro orçamento, em 2008.
Segundo a representação, seria possível construir 300 escolas ou 7
hospitais de 200 leitos cada com os R$ 750 milhões extras que já foram
gastos com a avenida. "Vale ressaltar que, até agora, a obra está
incompleta."
Os deputados ressaltam que outros órgãos públicos do Estado mantêm
contratos com a Delta. No período de 2002 a 2012, assinala o
requerimento da bancada do PT, a Desenvolvimento Rodoviário S.A.
(Dersa), o Departamento de Estradas e Rodagem (DER), o Departamento de
Águas e Energia Elétrica (DAEE), a Companhia de Saneamento Básico do
Estado de São Paulo (Sabesp) e a Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp) fecharam contratos com a Delta que somam cerca de R$ 800
milhões, em valores não corrigidos.
MILITANCIAVIVA
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