O poeta brasileiro Thiago de Mello doou neste sábado (28) os honorários que receberia por participar da 1ª Bienal do Livro do Amazonas à causa pela libertação dos cinco antiterroristas cubanos, presos injustamente nos Estados Unidos.
Em declarações à Prensa Latina por
telefone desde Manaus, capital do estado do Amazonas, Mello ressaltou
que seu gesto não é pessoal, mas sim da poesia brasileira e que o mesmo
busca criar consciência para que muito mais pessoas se somem à batalha
pela libertação de Gerardo Hernández, Antonio Guerrero, René González,
Ramón Labañino e René González.
Thiago de Mello explicou que pediu à empresa Fagga/GL Exhibitions,
organizadora da 1ª Bienal, que deposite na conta dos Cinco - como são
conhecidos no mundo -, no Banco Financeiro de Cuba, o dinheiro que
receberia por suas conferências e por um recital no evento do livro, que
se iniciou neste sábado e deve terminar no dia 6 de maio.
Nascido em Barreirinha, um município do interior do Amazonas, no dia 30
de março de 1921, Thiago de Mello é um dos poetas mais influentes e
respeitados do Brasil, reconhecido como um ícone da literatura regional.
Algumas de suas obras foram traduzidas para mais de 30 idiomas.
Mello tornou público o anúncio de sua doação à causa dos Cinco durante a
inauguração do encontro, ao participar de um Tacacá Literário - em
homenagem a um prato típico amazônida - sobre a importância da leitura
no fortalecimento da cidadania.
Ao revelar sua decisão, recebeu um caloroso aplauso dos presentes e
então pediu-lhes que utilizem todas as vias possíveis para pressionar o
presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, a libertar e permitir o
regresso a Cuba dos cinco cubanos, lutadores contra o terrorismo.
O poeta, um dos milhares de brasileiros presos durante a ditadura
militar (1964-1985), afirmou que sua doação é uma modesta contribuição à
campanha mundial que se desenvolve no mundo para acabar com a injusta
prisão à qual foram submetidos os cinco cubanos, que já dura quase 14
anos.
Depois de assegurar que leva Cuba em seu coração, o famoso poeta
amazonense afirmou que a melhor notícia é que, ao conhecer seu gesto, a
editora de seus livros manifestou sua disposição de seguir seu exemplo e
fazer também uma contribuição à causa dos antiterroristas.
Os Cinco foram presos no dia 12 de setembro de 1998 na cidade
estadunidense de Miami. Um processo irregular realizado ali condenou-os
em 2001 a sentenças que vão até a dupla prisão perpétua mais 15 anos.
Personalidades e organizações mundiais têm defendido estes lutadores,
que apenas vigiavam atividades extremistas de grupos violentos de origem
cubana na Flórida para alertar seu país sobre ações terroristas.
Prensa Latina
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