O presidente francês, Nicolas Sarkozy, conseguiu
diminuir a diferença nas intenções de voto em relação ao rival
socialista François Hollande antes do segundo turno da eleição
presidencial da França, segundo pesquisa publicada nesta segunda-feira.
O levantamento da Ipsos, que entrevistou 988 eleitores na sexta-feira
e sábado, indica que Sarkozy terá 47% dos votos no domingo (6), um
ponto porcentual a mais do que na pesquisa anterior, realizada logo após
o primeiro turno, ocorrido no último dia 22. Este é o melhor desempenho
de Sarkozy desde que a Ipsos começou a fazer pesquisas regulares, em
outubro do ano passado. Na época, o instituto apurou que o presidente
francês teria 38% dos votos na segunda etapa da disputa.
Outras pesquisas também indicam o avanço de Sarkozy, embora a margem
de vantagem de Hollande continue ampla e nunca fique abaixo dos seis
pontos porcentuais. O levantamento da LH2, publicado no fim de semana,
deu 46% dos votos a Sarkozy, contra 44% na pesquisa anterior e 37% em
fevereiro.
As pesquisas vêm depois de uma semana de intensa campanha de ambos os
candidatos, que tentam conquistar votos dos adversários que foram
eliminados na primeira etapa. Na luta por sua sobrevivência política,
Sarkozy pendeu mais para a direita, enfatizando em várias ocasiões sua
dura postura em relação à imigração e prometendo reforçar as fronteiras
da França numa tentativa de atrair parte dos quase 18% de votos dados no
primeiro turno a Marine Le Pen, líder da Frente Nacional, de extrema
direita.
A Ipsos, no entanto, identificou que os esforços de Sarkozy não estão
dando resultado. O último levantamento mostrou que o porcentual de
eleitores de Le Pen que votarão no presidente francês no segundo turno
caiu de 60% para 54%. Por outro lado, Sarkozy está conquistando mais
votos do candidato centrista François Bayrou, que obteve 9,13% da
preferência do eleitorado no dia 12. De seus eleitores, 40% afirmam
agora que votarão em Sarkozy, um aumento de oito pontos porcentuais,
indicou a pesquisa.
Sarkozy, entretanto, ainda tem um grande desafio pela frente, segundo
a Ipsos. Para conseguir se igualar na disputa com Hollande, o
presidente francês precisa de 65% dos votos da extrema direita, mais de
metade dos votos de Bayrou, mais votos do que o socialista daqueles que
se abstiveram no primeiro turno, e torcer para que não aumente a
transferência de apoio a Hollande dos eleitores de Jean-Luc Melenchon,
candidato da extrema esquerda no primeiro turno, afirma o instituto.
AE - Agência Estado
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