OK,
Joseph Kony é um FDP. Líder do autoproclamado Exército de Resistência
do Senhor), ele é um daqueles senhores da
guerra que ainda proliferam em alguns países africanos, colecionando
barbaridades como recrutamento forçado de crianças e inúmeros crimes de
guerra.
Com um discurso teocrático, Kony espalhou o terror em Uganda, na
República Democrática do Congo e no Sudão. Foi indiciado pelo Tribunal
Penal Internacional (TPI) de Haia. Em março, um vídeo de uma Ong chamada
Invisible Children (Kony 2012; veja abaixo)correu o mundo
denunciando suas atrocidades. Agora, descobre-se que a Ong que produziu o
vídeo - muito bem feito, aliás -, criada especificamente para
conquistar corações e mentes no Ocidente para o combate ao
LRA,trabalhava para o governo de Uganda com apoio dos EUA. A revelação é
do Wikileaks. Novamente, há muito mais coisa sob o céu do que supõe a vã filosofia dos politicamente corretos ou panglossianamente engajados. Não há bonzinhos nessa história macabra.
Idealizadores de filme sobre Kony eram espiões do governo de Uganda
ONG norte-americana Invisible Children forneceu informações sobre oponentes do regime
Do Operamundi
Joseph Kony, senhor da guerra de Uganda |
Os realizadores do filme Kony 2012 forneceram informações ao governo de Uganda sobre oponentes do regime, segundo informação vazada pelo site Wikileaks. Com isso, muitos dos opositores foram presos, de acordo com despacho enviado pela embaixada norte-americana em Kampala.
A ONG Invisible Children, sediada em San Diego, atuou em conjunto com o governo ugandense desde 2008 em campanhas midiáticas para promover ações militares contra o ERS (Exército de Resistência do Senhor), liderado por Joseph Kony. O grupo também manteve informados o governo dos Estados Unidos e outras instituições lobistas sobre a guerra civil no país africano.
Segundo documento enviado em 2009, a Invisible Children
forneceu a localização de Patrick Komekech, acusado de se passar por
líder do ERS para extorquir dinheiro de oficiais e ONGs. Outro despacho,
de 2007, relata um encontro do embaixador dos EUA em Uganda, Steven
Browning, com Ben Keesey, CEO da Invisible Children.
Graças
às informações fornecidas pela ONG, Komenech e outros 10 líderes do LRA
foram presos e acabariam sendo executados pelo governo do presidente
Yoweri Museveni sob a acusação de traição. Segundo o documento, Komenech
estaria criando uma milícia para enfrentar Kony e também o governo
central. Especialistas em Direito dizem que a Invisible Children pode ser responsabilizada pelas pessoas presas por conta da divulgação indevida de informações.
De acordo com o material diplomático, a reunião serviu para informar o governo dos EUA sobre as atividades da Invisible Children
e relatar as condições políticas no norte de Uganda. Tanto o governo
norte-americano quanto os dirigentes da ONG negam ter auxiliado o
governo do país africano a perseguir seus opositores.
Estratégias
A estratégia da ONG Invisible Children incluía o apoio à ações militares contra o ERS. Segundo os críticos da Invisible Children, as ações de mídia culminaram com o lançamento do documentário Kony 2012 e da sequência Beyond Kony.
Uma
dessas ações foi a operação "Lightning Thunder" (Raio e Trovão, em
português), na qual Uganda, RDC (República Democrática do Congo) e
forças do Sudão do Sul atacaram os rebeldes liderados por Kony. O
estopim da "Lightning Thunder" foi a demora de Kony em aceitar um acordo
com o governo de Museveni.
Reprodução
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GOVERNMENT PICKING UP PARTICIPANTS
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4.
(C) The latest plot was exposed when the Government received a tipo
from the U.S. non-governmental organization (NGO) Invisible Children
regarding the location of Patrick Komekech. He was wanted by the
security services for impersonating LRA leaders to extort money from
government officials, NGOs, and Acholi leaders. Komekechis is
purportedly a former child soldier abducted by the LRA. Invisible
Children had featured him in its documentaries. Invisible Children
reported that Komekech had been in Nairobi and had recently reappeared
in Gulu, where he was staying with the NGO. Security organizatiions
jumped on the tip and immediately arrested Komekech on March 5. He had a
satellite telephone and other gadgets, which were confiscated when
security forces picked him up. (Note: The satellite telephone is
believed to be one being used to call de International Organization for
Migration (IOM) with someone pretending to be Okot Odhiambo with a fake
defection plot. End Note.)
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A
ação foi um desastre militar: matou mais civis do que soldados do ERS e
forçou a fuga das tropas de Kony para a República Centro-Africana.
Segundo o vazamento do Wikileaks, as ações de mídia da Invisible Children serviriam para neutralizar a imagem negativa do governo de Musevini por conta das tentativas frustradas em enquadrar o LRA.
A
operação contou com apoio logístico e da inteligência militar
norte-americana, e recebeu um milhão de dólares dos cofres da
administração Bush. Em outubro de 2011, o presidente Barack Obama
assinaria documento autorizando ações oficiais do governo
norte-americano em solo ugandense. O documento ficou conhecido como LRA
Disarmament Bill.
Desconfiança
Jason Russell, da Invisible Children |
Com a ajuda da Invisible Children,
o governo de Uganda forneceria informações sobre os opositores ao
governo de Laurent Kabila, então presidente da RDC, segundo o despacho
enviado pelo embaixador dos EUA em 25 de fevereiro de 2009. Segundo o
acordo entre Uganda e RDC, a "Lightning Thunder" se estenderia
indefinidamente e seria revista a cada três meses.
Kabila
não estava seguro das ações do exército ugandense dentro do território
congolês e em 2005, a Corte Internacional de Justiça considerou o
governo de Uganda culpado de crimes de guerra: massacres, estupros em
massa e pilhagem entre 1997 e 2003. Uganda foi condenada a indenizar a
RDC em 10 bilhões de dólares.
Por
anos, o governo de Uganda tem lutado contra o exército liderado por
Joseph Kony. O ugandense é acusado de raptar mais de 60 mil crianças e
forçá-las a lutar em sua milícia. O documentário Kony 2012 foi visto por
mais de 100 milhões de pessoas.
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