O MILIONÁRIO e SUPEITO DE SER NARCO-CONTRABANDISTA, HORÁCIO CARTES ESTA Á FRENTE |
No
dia 21 de abril ocorrerão as eleições presidenciais no Paraguai, a
sexta desde o golpe de estado que pôs fim a ditadura de Alfredo
Strossner, em fevereiro de 1989, concomitante com as eleições
legislativas e provinciais. Apesar dos últimos anos terem sido atípicos
na história política paraguaia pós-redemocratização, com a vitória de
Fernando Lugo em 2008 - pondo fim a 61 anos de dominação do Partido
Colorado - e depois sua derrubada via golpe parlamentar em 2012,
empossando seu então vice Federico Franco, do Partido Liberal, as
eleições desse ano parecem reservar uma volta a “normalidade”.
As
pesquisas de intenção de voto apontam como grande favorito o candidato
do Partido Colorado Horacio Cartes, mega-empresário que é frequentemente
acusado de ter ligações com o narcotráfico e contrabando de bebidas e
cigarros. Cartes possui entre 32% e 37% das intenções de votos, de
acordo com diferentes pesquisas, bem a frente de Efraín Alegre, do
Partido Liberal, que alcança por volta de 23% dos votos.
Um
fato recente, que ainda não se sabe como afetará essas eleições, foi a
morte do ex-general Lino Oviedo, famoso por ter planejado um golpe
militar em 1996, candidato pela UNACE, partido que ele fundou em 2002 e
pelo qual concorreu em 2008, ficando em terceiro lugar, com 22% dos
votos. No dia 2 de fevereiro, ao voltar de um comício no norte do país,
seu helicóptero caiu matando todos os tripulantes. Ainda não se sabe as
causas do acidente e a hipótese de sabotagem não foi descartada. O
primeiro movimento da UNACE após a morte foi negociar com os Liberais
uma composição para as eleições presidenciais, propondo indicar o
candidato a vice-presidente da chapa. Não conseguindo chegar a um
acordo, lançaram como novo candidato a presidência o senador Lino Oviedo
Sanchez, sobrinho do ex-general.
Os
partidos e movimentos sociais de esquerda que compunham a Frente Guazú e
eram a principal base de sustentação de Fernando Lugo sairão divididos
nessa eleição presidencial. Pela coligação Avança País, que rachou com a
maioria da Frente Guazú, está o candidato Mario Ferreiro, jornalista
que já trabalhou como radialista e apresentador de televisão e é muito
popular no Paraguai. Ferreiro sempre teve posições de esquerda, ainda
que nunca tenha sido militante orgânico de nenhum grupo político. Passou
a ter uma atuação mais destacada durante o governo Lugo. Dentre os
candidatos da esquerda, Ferreiro é o que costuma aparecer melhor
posicionado nas pesquisas de intenções de votos.
Pelos
partidos que permanecem na Frente Guazú o candidato é Anibal Carrillo
Iramain, médico com uma trajetória de 40 anos atuando em organizações
políticas de esquerda. Apesar de contar com apoio da maior parte dos
partidos de esquerda e do ex-presidente Lugo, Aníbal provavelmente terá
um desempenho eleitoral bem abaixo de Ferreiro, pois é um rosto pouco
conhecido. Além dele, há a candidatura de Lilian Soto, também médica,
lançada pelo movimento feminista Kuña Pyrenda.
Talvez
a principal novidade política dessas eleições venha novamente de
Fernando Lugo. Impossibilitado de se candidatar a presidente (no
Paraguai não existe reeleição e, mesmo ele tendo sido derrubado ano
passado, não lhe foi permitido concorrer ao cargo máximo), Lugo se
apresentou encabeçando uma chapa de senadores (lá a eleição dos
senadores é em âmbito nacional por lista fechada). Tanto antes quanto
durante o governo do ex-bispo, a força parlamentar da esquerda era quase
nula. Dessa vez, com a candidatura de Lugo podem ser eleitos oito
senadores da Frente Guazú ou talvez até mais.
É
pouco provável que algum candidato de esquerda vença as eleições
presidenciais de 2013, mas é grande a possibilidade dela sair
fortalecida e com um potencial de consolidação e ampliação a médio e
longo prazo.
No dia 21 de abril ocorrerão as eleições
presidenciais no Paraguai, a sexta desde o golpe de estado que pôs fim a
ditadura de Alfredo Strossner, em fevereiro de 1989, concomitante com
as eleições legislativas e provinciais.
Apesar dos últimos anos terem
sido atípicos na história política paraguaia pós-redemocratização, com a
vitória de Fernando Lugo em 2008 - pondo fim a 61 anos de dominação do
Partido Colorado - e depois sua derrubada via golpe parlamentar em 2012,
empossando seu então vice Federico Franco, do Partido Liberal, as
eleições desse ano parecem reservar uma volta a “normalidade”.
Fernando Lugo |
As pesquisas de intenção de voto apontam como grande favorito o candidato do Partido Colorado Horacio Cartes, mega-empresário que é frequentemente acusado de ter ligações com o narcotráfico e contrabando de bebidas e cigarros. Cartes possui entre 32% e 37% das intenções de votos, de acordo com diferentes pesquisas, bem a frente de Efraín Alegre, do Partido Liberal, que alcança por volta de 23% dos votos.
Um fato recente, que ainda não se sabe como afetará essas eleições, foi a morte do ex-general Lino Oviedo (foto acima), famoso por ter planejado um golpe militar em 1996, candidato pela UNACE, partido que ele fundou em 2002 e pelo qual concorreu em 2008, ficando em terceiro lugar, com 22% dos votos. No dia 2 de fevereiro, ao voltar de um comício no norte do país, seu helicóptero caiu matando todos os tripulantes. Ainda não se sabe as causas do acidente e a hipótese de sabotagem não foi descartada. O primeiro movimento da UNACE após a morte foi negociar com os Liberais uma composição para as eleições presidenciais, propondo indicar o candidato a vice-presidente da chapa. Não conseguindo chegar a um acordo, lançaram como novo candidato a presidência o senador Lino Oviedo Sanchez, sobrinho do ex-general.
Depois do golpe parlamentar que destituiu Fernando Lugo da presidência paraguaia, Mario Ferreiro (foto acima), homem das mídias, mantém a sua candidatura pela coalizão de esquerda e pede pragmatismo e rapidez frente a um novo cenário político.
Os partidos e movimentos sociais de esquerda que compunham a Frente Guazú e eram a principal base de sustentação de Fernando Lugo sairão divididos nessa eleição presidencial. Pela coligação Avança País, que rachou com a maioria da Frente Guazú, está o candidato Mario Ferreiro, jornalista que já trabalhou como radialista e apresentador de televisão e é muito popular no Paraguai. Ferreiro sempre teve posições de esquerda, ainda que nunca tenha sido militante orgânico de nenhum grupo político. Passou a ter uma atuação mais destacada durante o governo Lugo. Dentre os candidatos da esquerda, Ferreiro é o que costuma aparecer melhor posicionado nas pesquisas de intenções de votos.
Pelos partidos que permanecem na Frente Guazú o candidato é Anibal Carrillo Iramain (foto acima), médico com uma trajetória de 40 anos atuando em organizações políticas de esquerda. Apesar de contar com apoio da maior parte dos partidos de esquerda e do ex-presidente Lugo, Aníbal provavelmente terá um desempenho eleitoral bem abaixo de Ferreiro, pois é um rosto pouco conhecido. Além dele, há a candidatura de Lilian Soto, também médica, lançada pelo movimento feminista Kuña Pyrenda.
Talvez a principal novidade política dessas eleições venha novamente de Fernando Lugo. Impossibilitado de se candidatar a presidente (no Paraguai não existe reeleição e, mesmo ele tendo sido derrubado ano passado, não lhe foi permitido concorrer ao cargo máximo), Lugo se apresentou encabeçando uma chapa de senadores (lá a eleição dos senadores é em âmbito nacional por lista fechada). Tanto antes quanto durante o governo do ex-bispo, a força parlamentar da esquerda era quase nula. Dessa vez, com a candidatura de Lugo podem ser eleitos oito senadores da Frente Guazú ou talvez até mais.
É pouco provável que algum candidato de esquerda vença as eleições presidenciais de 2013, mas é grande a possibilidade dela sair fortalecida e com um potencial de consolidação e ampliação a médio e longo prazo.
Postado por Iuri Faria Codas
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