Tese é do jornalista Paulo Henrique
Amorim, que acusa o grupo comandado por João Roberto Marinho, onde ele
já trabalhou, de tramar um golpe contra a presidente; leia sua
entrevista ao portal Panorama Mercantil
Por Éder Fonseca, do Panorama Mercantil
Paulo Henrique Amorim nasceu no Rio de Janeiro em 1942.
Formado em jornalismo, entrou logo para a carreira e teve lugar de
destaque nos lugares em que trabalhou.
Em 1961, fez uma grande cobertura
quando o então presidente Jânio Quadros renunciou à presidência e o
governador Leonel Brizola mobilizou soldados, para garantir a posse do
vice João Goulart. Esses dias, que marcaram fortemente a história
moderna do Brasil, foram acompanhados e divulgados pelo renomado
jornalista.
Nos anos 70, o jornalista fazia muitas coberturas
internacionais, como o Escândalo Watergate, a Crise dos Mísseis de Cuba,
o fim da União Soviética, a queda do Muro de Berlim, os conflitos de
Kosovo e Sarajevo. Por muitos anos ele foi um dos apresentadores
mais importantes da Rede Globo de Televisão. E também colaborador da
Revista Veja.
Paulo Henrique abriu sucursais, para esses dois veículos,
em Nova Iorque e Londres. Entre os anos de 1997 e 1999, ele esteve na TV
Bandeirantes, apresentando o “Jornal da Band” e o programa “Fogo
Cruzado”. Entre 2001 e 2003, esteve na TV Cultura, onde apresentou o
“Conversa Afiada”.
Em 2003 mudou-se para a TV Record, onde apresentou os
programas ”Edição de Notícias” e “Tudo a Ver”. Em fevereiro de 2006,
passou a apresentar a revista eletrônica “Domingo Espetacular”, onde
ainda está.
PHA (como é conhecido nas rodas jornalísticas) tem um blog de sucesso de público e crítica na internet chamado “Conversa Afiada”. Nele o carro-chefe são os comentários originais sobre política. Figuras como ex-governador de São Paulo José Serra, apelidado de Padim Pade Cerra pelo jornalista, são combatidos sem dó e nem piedade pela publicação online.
Em 2005, publicou em conjunto com a jornalista Maria Helena Passos o livro:”Plim-Plim: A peleja de Brizola contra a fraude eleitoral”, um livro reportagem sobre o Caso Proconsult, uma tentativa de fraudar as eleições para governador do Rio em 1982 .
PHA (como é conhecido nas rodas jornalísticas) tem um blog de sucesso de público e crítica na internet chamado “Conversa Afiada”. Nele o carro-chefe são os comentários originais sobre política. Figuras como ex-governador de São Paulo José Serra, apelidado de Padim Pade Cerra pelo jornalista, são combatidos sem dó e nem piedade pela publicação online.
Em 2005, publicou em conjunto com a jornalista Maria Helena Passos o livro:”Plim-Plim: A peleja de Brizola contra a fraude eleitoral”, um livro reportagem sobre o Caso Proconsult, uma tentativa de fraudar as eleições para governador do Rio em 1982 .
Na entrevista a
seguir, nos chama muita atenção, a reposta de PHA sobre o novo
presidente do Senado Federal, Renan Calheiros, quando o mesmo diz que a
grande imprensa, apelidada pelo senador do PT de Pernambuco Fernando
Ferro, e popularizada por ele de PiG ou Partido da Imprensa Golpista,
quer destruir o alagoano de qualquer maneira.
Panorama Mercantil-O senhor é um dos jornalistas
mais experientes do país, conhecendo bem o funcionamento de vários
veículos de comunicação do Brasil. Com essa bagagem toda, pode afirmar
que existe liberdade de imprensa ou isso é uma grande utopia?
Paulo Henrique Amorim-É uma utopia. A liberdade de imprensa é dos donos da imprensa. Liberdade de expressão – que é outra coisa, mais ampla, mais profunda – só na blogosfera.
Panorama- Como enxerga o jornalismo que é feito
por aqui comparando com outras nações como por exemplo a Argentina, que
muitos consideram ter uma imprensa mais qualificada e diversificada do
que a nossa?
Amorim-A imprensa brasileira é sofrível. É
a pior das “jovens democracias”, como a Argentina, Portugal, Espanha.
Só no Brasil ainda tem “coluna social” ilustrada e em nenhum outro lugar
do mundo há mais colunas do que reportagens, como aqui.
Panorama-Todo mundo sabe que a obsessão do líder
da Igreja Universal Edir Macedo, é fazer a Rede Record ser a emissora
número um do país. O senhor é uma das estrelas da emissora, acha que
isso será possível enquanto tempo, já que a Globo ainda é líder com uma
margem considerável mesmo perdendo muito da sua audiência nos últimos
tempos?
Amorim-A Globo é um tigre de papel
(Expressão antiga da cultura chinesa, muito usada pelo líder chinês Mao
Tsé-tung para qualificar o seu rival Chiang Kai-shek. Seria algo que
parece ameaçador mas que na verdade é inofensivo). Especialmente o seu
jornalismo.
Panorama-O deputado Federal do PT pelo estado de
Pernambuco Fernando Ferro, criou a sigla PiG (Partido da Imprensa
Golpista) que o senhor popularizou. Claramente quem são os membros do
PiG e se eles hoje são a verdadeira oposição política do país?
Amorim-As Organizações Globo, a revista
Veja, que chamo de detrito sólido de maré baixa, e os jornais Estadão e
Folha de S.Paulo. E seus penduricalhos – portais na internet, revistas,
rádios etc. Sim, eles são uma parte importante da oposição.
Panorama-O senhor afirmou em setembro de 2007 que a
absolvição do senador alagoano Renan Calheiros, foi a maior derrota da
imprensa brasileira depois da reeleição do presidente Lula. Continua com
a mesma opinião? E se continua, nos explique porque chegou a tal
conclusão?
Amorim-Porque, como agora, em janeiro de 2013, o PiG quer destruir o Renan, pelo fato de ele ser da base da presidenta Dilma Rousseff. Quando era Ministro da Justiça do FHC, Renan era um santinho do pau oco.
Panorama-Quando alguns dizem que o senhor é um
jornalista vendido ou melhor, um jornalista governista, não fica
ofendido com isso?
Amorim-Quem disse isso foi processado (O
ex-colunista polêmico da revista Veja Diogo Mainardi), me deve R$ 300
mil e fugiu para a Itália.
Panorama-Por quê o senhor acredita que grande
parte da imprensa, tenta desqualificar o ex-presidente Lula, mesmo ele
tendo sido reeleito e saído da presidência com uma aprovação popular
elevadíssima?
Amorim-Por preconceito racial e de
classe. Porque ele é de origem pobre e nordestino – duas circunstâncas
que põem fogo no rabo dos “liberais” brasileiros.
Panorama-O senhor acredita que uma parte da
imprensa boicotou o livro ‘A Privataria Tucana’ do jornalista Amaury
Ribeiro Jr, para não prejudicar o então candidato a prefeitura de São
Paulo José Serra?
Amorim-Sim. O Cerra, Padim Pade Cerra
(Aqui trocando o S pelo C como faz intencionalmente em seu blog), devido
à sua tardia conversão à Fé, tem o melhor PiG do Brasil. Ele pode fazer
qualquer coisa – inclusive chefiar o clã Privateiro – que o PiG perdoa.
Panorama-Dilma Rousseff foi derrotada pela Globo?
Amorim-Ela e o Lula ganharam. Mas, se ficarem quietos, ela pode vir a ser derrubada. A Globo quer derrubá-la, como ajudou a matar Vargas e a derrubar Jango. Só não derrubou o Lula porque foi mais esperto que ela.
Panorama-Qual a real força de um colunista de um
veículo impresso atualmente perante aos leitores depois da popularização
da internet e sobretudo dos blogs como o famoso e reconhecido Conversa
Afiada que lhe pertence?
Amorim-Os colonistas (Não se refere a
cólon. Mas, a jornalistas que se prestam ao serviço de serem piores que
os patrões, como diz o fundador da revista Carta Capital Mino Carta) do
PiG fazem a agenda política. Imprensam o Congresso Nacional contra a
parede e amedrontam o Governo. Não ajudam a ganhar eleição, mas ajudam a
dar o Golpe.
Panorama-Muita gente diz que a qualidade editorial na era digital piorou, acredita que isso é um fato?
Amorim-Piorar em relação à imprensa escrita é impossível.
Panorama-Muitos jornalistas que já entrevistamos
nos dizem que a revista Veja é desonesta. Se ela é isso, porque continua
sendo o farol da classe média, e a revista mais vendida do Brasil?
Amorim-A Veja fala a língua de uma facção
pré-fascista da classe média brasileira, especialmente a de São Paulo.
Eles se entendem. Com a provisória interrupção das atividades do trio
sertanejo Caneta-Cachoeira-Demóstenes, a Veja caiu muito – na visão
desses Falangistas.
Panorama-Sabemos que foram muitas, mas nos fale de
uma matéria em especial que o fez pensar: “Puxa, valeu escolher a
profissão de jornalista”?
Amorim-A que eu vou fazer amanhã.
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