Aos 58 anos, presidente morre em Caracas
Depois de um longo tratamento contra o câncer, foi anunciada no final da tarde desta terça-feira 5, em Caracas, a morte do presidente da Venezuela, Hugo Chávez. A comunicação oficial, por rede de televisão e rádio, foi feita pelo vice-presidente Nicolás Maduro. Mais cedo, Maduro ordenou a expulsão do país de dois funcionários da embaixada dos Estados Unidos, acusados de complô contra a democracia. Eles teriam procurado militares venezuelanos para, segundo Maduro, atentar contra a democracia.
Em Caracas, após o anúncio da morte de Chávez, uma multidão começou a se aglomerar na frente da sede do governo.
Discurso de Maduro foi acompanhado pela cúpula do governo venezuelano
O vice-presidente Nicolás Maduro afirmou nesta terça-feira (05/03) que o atual momento da Venezuela "é o mais difícil" desde a última operação do presidente Hugo Chávez, realizada em 11 de dezembro do ano passado.
"Passamos pelas horas mais difíceis desde 11 de dezembro. Há uma situação de complicação em meio à batalha que o comandante Chávez trava contra o câncer", afirmou Maduro.
De acordo com o vice-presidente, um novo comunicado sobre o estado de saúde de Chávez será emitido ainda hoje pelo governo venezuelano.
Expulsões
Maduro também anunciou a expulsão do agente norte-americano David Del Monaco do país. Acusado de atividade ilegal, o adido militar terá 24 horas para deixar o território venezuelano. “Há conspirações de caráter militar. Atividades ilegais que rompem convênios. Funcionário dos EUA atuando contra, tentou orquestrar golpe com militares. Adido militar expulso", afirmou o vice-presidente venezuelano.
“Há circunstâncias particulares onde não nos cabe nenhuma dúvida de que forma parte do plano onde estão tentando influir. E me refiro à situação de sabotagem elétrica em diferentes pontos do país. Já temos informações precisas de como tentam influir e gerar cada vez mais perturbações elétricas no sistema elétrico venezuelano. Estão jogando com fogo de maneira irresponsável”, continuou Maduro.
“Por trás de tudo isso, os inimigos da pátria e uma direita que não seguiu o conselho sábio que o povo nos deu de respeitar as circunstâncias que temos vivido e de respeitar o comandante Hugo Chávez, uma direita que perseguiu e assediou o comandante Hugo Chávez em toda a vida", afirmou.
Após o discurso de Maduro, o chanceler venezuelano, Elías Jaua, anunciou a expulsão de Deblin Costal, outro funcionário da embaixada norte-americana.
Origem da doença
Maduro também acusou "os inimigos da Venezuela" de estarem por trás do câncer do presidente Hugo Chávez, com o intuito de desestabilizar o país. Maduro assegurou que, no futuro, uma comissão de investigação revelará que a doença de Chávez foi provocada pelos "inimigos da pátria".
De acordo com ele, houve uma "campanha de rumores e mentiras nesses dias tão difíceis, desde aquele 8 de dezembro", em referência à data na qual Chávez anunciou que viajaria novamente a Havana para uma quarta cirurgia contra o câncer, na região pélvica.
"Não temos nenhum dúvida que chegará o momento na história que descobriremos que o inimigo contaminou o comandante Chávez foi atacado com essa doença", disse. Ele chegou a comparar a situação atual com a suspeita de envenenamento do presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Yasser Arafat.
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