Continuo meu trabalho de resgate de personagens históricos esquecidos ou mais ou menos esquecidos. Hoje é a vez de Héctor Cámpora que, há exatos 40 anos, foi eleito presidente da Argentina, tendo governado por menos de dois meses.
Cámpora (esq.) e Perón |
A
incapacidade de Cámpora em controlar a situação irritou o velho caudilho, que do
exílio madrilenho pôde ver os montoneros ocuparem edifícios públicos e
privados. O general antecipou seu regresso e forçou Cámpora a renunciar 49 dias
depois de ter assumido. O flerte de Cámpora com a esquerda fez com que ele caísse
definitivamente em desgraça com Perón. Ele ficou completamente isolado dentro
do peronismo.
Nas
novas eleições, em 23
de setembro de 1973, Juan Perón e sua mulher Isabelita, candidata a
vice, tiveram 61% dos votos. Aquelas eleições não seriam da Juventude Peronista
e dos Montoneros, mas de seus rivais, a direita peronista e os sindicatos. O tempo
daqueles jovens e o do próprio Cámpora tinha passado. O rompimento final se deu
no dia 1º de maio de 1974, quando, num comício no balcão da Casa Rosada, Perón
chamou os militantes esquerdistas de “imberbes e estúpidos” e os expulsou da
Praça de Mayo. Dois meses depois, o próprio Perón estava morto. E a Argentina,
sob Isabelita e López Rega, iniciava a descida aos infernos.
Hoje,
a esquerda peronista identificada com o governo Kirchner formou uma organização
denominada La Cámpora,
em homenagem ao velho líder falecido em 1980. A organização é chefiada pelo filho de
Nestor e Cristina, Máximo Kirchner.
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