Dilma Com o papa em Roma.
Nem começou a campanha eleitoral e ela parece já estar acabada.
A não ser que haja uma surpresa extraordinária, Dilma já ganhou, e no
primeiro turno, conforme mostra a última pesquisa do Datafolha.
Duas coisas se juntam.
Primeiro, Dilma se afirmou perante a voz rouca das ruas como uma mãe austera, dedicada, honesta e competente.
Segundo, aos rivais parece faltar agudamente oxigênio mesmo antes que
a corrida comece. Nada autoriza prever que algum deles adquira
suplemento de ar nos próximos meses.
Dilma, na última eleição, saiu de trás, quase do zero, mas ela tinha
um presidente extraordinariamente popular empurrando-a. Nem Marina, nem
Campos e nem Aécio têm isso.
Dilma pegou, ponto.
Ela desperta menos rejeição, sobretudo no extrato mais conservador da
classe média, do que Lula. Não pesam contra ela preconceitos como a
falta de diploma ou a origem nordestina. E nem ela foi tão intensamente
perseguida pela mídia.
A economia poderia mudar alguma coisa? Só se houver um colapso, e disso não há sinal nenhum.
Delfim Netto, na ditadura militar, consagrou a infame tese de que o
bolo tinha que crescer para ser distribuído. A pobreza se alastrou
intensamente pelo país, e um punhado de amigos do poder – as famílias
que controlam a mídia, por exemplo — acumulou fortunas.
Agora é diferente.
A prioridade é dividir menos abjetamente o bolo, de tal forma que o Brasil se desfavelize.
Isto – reduzir a desigualdade, dividindo o bolo do tamanho que for –
está no controle de Dilma, e é por isso que ela praticamente já garantiu
uma segunda temporada no Planalto.
Por Paulo Nogueira no DCM
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