O cardeal Carlo Maria Martini e Umberto Eco |
Não haverá papa progressista. Ele será, no mínimo, conservador. Isso porque não existem mais cardeais “progressistas”. O último deles foi Carlo Maria Martini, morto no ano assado. Depois d razziapromovida pelos dois últimos papas, o colégio cardinalício oscila entre o reacionarismo dos Pios IX, X e XII e o conservadorismo de Pio XI, João Paulo II e Bento XVI. Dos atuais “papáveis” citados pela mídia, dois, no máximo três, têm perfis menos reacionários: o filipino Luis Tagle, 55 anos, recém-nomeado cardeal; o hondurenho Oscar Rodríguez Maradiaga, 62 anos; e, em certa medida, o italiano Gianfranco Ravasi. À exceção deste último, que integra a Cúria Romana, os dois anteriores têm escassas chances de serem eleitos.
Há uma certa “torcida” midiática pelo cardeal brasileiro (ou seria alemão?) Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, como no conclave passado houve por Cláudio Hummes. Acredito que seu nome está sendo lançado muito mais para ser “queimado” do que para outra coisa. Depois que saíram de cena Paulo Evaristo Arns e Aloysio Lorscheider – este último quase eleito papa em 1978 – o nível clero brasileiro não é tido lá em alta conta na Santa Sé.
Angelo Scola, cardeal de Milão, da Comunhão e Libertação |
O fato é que o grande papabili é o arcebispo de Milão, cardeal Angelo Scola, tido como candidato in pectore do ex-papa (???), aliás, papa emérito, Bento XVI. Seria uma escolha “natural”, mas talvez desastrosa para uma igreja que busca estancar a sangria de fiéis. Integrante do grupo ultraconservador Comunhão e Libertação, Scola é de um reacionarismo militante contra o aborto, a engenharia genética, o controle da natalidade e, particularmente, o feminismo e a homossexualidade. Esses dois últimos temas ele define como traços culturais da modernidade, além do individualismo, libertinagem, narcisismo, relativismo e niilismo. Ex-patriarca de Veneza, Scola era um dos papabili no Conclave que elegeu Ratzinger em 2005.
Michel Piccoli vive um papa que tem medo de assumir |
Mas meu candidato a papa seria o veterano ator francês Michel Piccoli, impagável como um Sumo Pontífice que não quer assumir o cargo, no filmeHabemus Papam, de Nanni Moretti.
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