Em entrevista no Palácio do Planalto, a presidente
Dilma Rousseff negou qualquer ideia de regulação de conteúdo, mas
defendeu o que considera regulação econômica da mídia: ‘Eu defendo a
liberdade de expressão e ela não é só liberdade de imprensa, mas é o
direito de todo mundo que tiver uma opinião, mesmo que você não concorde
com ela, ele tem direito de expressar. Mas qualquer outro setor, como
transportes, energia, petróleo... tem regulações e a mídia não pode ter?
Oligopólio e monopólio’; quanto à comparação de seu governo com o
bolivarianismo, feita pelo ministro Gilmar Mendes, do STF, diz que é
“uma vergonha, uma excrescência, por não ter similaridade”; “Essa
história de bolivarianismo está eivada de camadas, segmentos, de
preconceito, contra o meu governo”.
Abestalhado comentário |
247 – Em entrevista concedida à mídia do Palácio do
Planalto, presidente Dilma Rousseff encarou temas do que considera
centrais de sua próxima gestão. Prometeu “reduzir gastos” e “apertar o
controle da inflação”. Além disso, comentou a questão da regulação da
mídia e de comparações de seu governo com o bolivarianismo.
Sobre a mídia, negou qualquer ideia de regulação de conteúdo, mas
defendeu o que considera regulação econômica: "Eu defendo a liberdade de
expressão e ela não é só liberdade de imprensa, mas é o direito de todo
mundo que tiver uma opinião, mesmo que você não concorde com ela, ele
tem direito de expressar. Tem direito de se expressar até contra a
democracia. Outra coisa diferente é confundir isso aí com regulação
econômica, que diz respeito a processo de monopólio ou oligopólios que
pode ocorrer em qualquer setor econômico, onde se visa o lucro. O Cade
(Conselho Administrativo de Defesa Econômica) está aí para isso em
qualquer setor. Mas qualquer outro setor, como transportes, energia,
petróleo... tem regulações e a mídia não pode ter? Estou falando sobre o
que ocorre em muitos países do mundo. Centros democráticos. Ou alguém
desconhece a regulação que existe nos Estados Unidos? Desconhece a
regulação na Inglaterra? Do meu ponto de vista, é uma das mais duras.
Estou dando dois exemplos de situações que não temos que ser iguais. Não
quero para nós uma regulação tal qual a americana”, disse.
Segundo ela, a medida não visa a Rede Globo. “Ela está mais diluída.
Não acho que a Rede Globo é o problema. Isso é uma visão que eu acho
velha sobre o que é a regulação da mídia. Velha. Porque é a gente estar
demonizando uma rede de televisão. Quando você tem que ter regras que
valham para todo mundo. Não só para eles. Não só não misturo essa
discussão com mecanismos de censura, como repudio. Eu não represento uma
parte. Eu quero representar o todo. E isso jamais poderá ser feito sem
uma ampla discussão da sociedade. É o tipo da coisa que exige uma
consulta pública."
Quanto ao bolivarianismo, diz que é “uma vergonha tratar os dois países como iguais. É uma excrescência porque não tem similaridade”.
“Essa história de bolivarianismo está eivada de camadas, segmentos, de preconceito, contra o meu governo. Geralmente o uso ideológico de certas categorias, distorcem toda a compreensão da percepção da realidade. Se tem uma que é usada indevidamente chama-se bolivarianismo. O mais estarrecedor é que eu cheguei à conclusão de que o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), integrado pelo PIB brasileiro, é bolivariano. Acusaram o governo de estar fazendo com a questão da participação social bolivarianismo. Os órgãos de participação vem desde 1935. Aí você pega o decreto (que regulamenta a criação dos conselhos populares e foi derrubado na Câmara na semana passada) e chama de bolivariano?”, afirmou.
Quanto ao bolivarianismo, diz que é “uma vergonha tratar os dois países como iguais. É uma excrescência porque não tem similaridade”.
“Essa história de bolivarianismo está eivada de camadas, segmentos, de preconceito, contra o meu governo. Geralmente o uso ideológico de certas categorias, distorcem toda a compreensão da percepção da realidade. Se tem uma que é usada indevidamente chama-se bolivarianismo. O mais estarrecedor é que eu cheguei à conclusão de que o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), integrado pelo PIB brasileiro, é bolivariano. Acusaram o governo de estar fazendo com a questão da participação social bolivarianismo. Os órgãos de participação vem desde 1935. Aí você pega o decreto (que regulamenta a criação dos conselhos populares e foi derrubado na Câmara na semana passada) e chama de bolivariano?”, afirmou.
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