Geraldo Alckmin: "Pessimismo é exagerado. Saímos do 'Brasil mania' para o Brasil fobia'", disse.
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Em Nova York, Alckmin critica pessimismo exagerado no Brasil
Altamiro Junior, do Estadão Conteúdo
Nova York - O governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin,
criticou o pessimismo exagerado atualmente no Brasil e afirmou em uma
apresentação para investidores em Nova York que a presidente Dilma
Rousseff precisa aproveitar para fazer reformas logo no início de seu
segundo mandato.
"Pessimismo é exagerado. Saímos do 'Brasil mania' para o Brasil fobia'", disse o governador.
"Há muita ansiedade, na política, na imprensa e na economia. Então às vezes nós vamos para os extremos", disse o governador. "O Brasil de alguns anos atrás era a 'bola da vez'. Não era bem assim. Havia um conjunto de desafios que não estavam vencidos", completou.
O vingativo perdedor deseja fazer oposição modelo terra arrasada. Dane-se os interesses do Brasil |
Entre as reformas, o governador de São Paulo destacou como prioridade a
reforma política. "Temos hoje no Brasil, 32 partidos que disputaram a
eleição. A fragmentação partidária enfraquece os partidos, exacerba o
personalismo, dificulta a governabilidade."
A fala do governador tucano destoa do tom quem vem sendo adotado pelo
PSDB após a apertada vitória, com cerca de 3,5 milhões de votos de
diferença, da presidente Dilma Rousseff sobre o tucano Aécio Neves.
O senador mineiro e outros correligionários, inclusive o ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso, fazem várias críticas à situação econômica do
País e à gestão da presidente na área, a quem acusam de "estelionato
eleitoral" por ter adotado medidas como o aumento da taxa de juros.
Reformas
Alckmin citou ainda a necessidade de reforma fiscal e tributária.
"Quanto mais rápido enfrentarmos a questão fiscal, mais rapidamente se
retoma o bom caminho do desenvolvimento em um país que é vocacionado
para crescer", ressaltou, citando que o Brasil foi o país do mundo que
mais cresceu na década de 30 até a década de 80, com agricultura
competitiva, indústria diversificada e setor de serviços avançado.
"O Brasil ficou caro antes de ficar rico", brincou o governador, falando dos preços altos praticados no país.
"Fazer reformas em um Congresso com 28 partidos é uma tarefa hercúlea", disse o governador de São Paulo.
"No presidencialismo tem muita canelada, você sai muito machucado,
muito embate pessoal. Mas tem um lado bom: uma força política
impressionante no primeiro ano, tem que aproveitar para fazer todas as
reformas agora. E essa pulverização, essa fragmentação, também tira a
legitimidade dos eleitos. As pessoas nem sempre se sentem tão bem
representadas, diminui também a legitimidade."
"O Brasil tem democracia sólida, só precisa resolver essa questão da
fragmentação. Acho que temos uma razoável segurança política, que em São
Paulo é total", falou o governador ao ser questionado por um dos
ouvintes sobre a segurança para se fazer investimentos no Brasil.
Água
Alckmin falou na apresentação sobre o problema da seca em São Paulo,
destacando que a falta de água é uma questão "bastante conjuntural".
"Conseguimos atravessar o período seco. Já estamos chegando no período
das águas, garantido o abastecimento", afirmou ele. "Tivemos grande seca
na Califórnia, grande seca na Austrália e grande seca em São Paulo e
Minas Gerais, a maior seca dos últimos 84 anos."
Sobre o transporte, Alckmin disse que no próximo sábado inaugura a
estação do metrô Fradique Coutinho, em Pinheiros, na capital, e em 30
meses o trecho norte do Rodoanel.
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