por Ivan Valente, deputado do PSOL, no Facebook:
Os custos totais das campanhas eleitorais de 2014 chegaram a
assombrosos 5 bilhões de reais. A campanha mais cara de todos os tempos
no País. E quase 60% desse gasto foram realizados por apenas três
partidos políticos: PT, PMDB e PSDB. Juntos gastaram R$ 2,9 bilhões em
suas campanhas para presidente, governador, senador e deputado federal e
estadual.
Estes dados, levantados pelo jornal Folha de São Paulo com base nos
números finais das prestações de contas junto ao TSE, indicam a forma
como a democracia brasileira vem sendo sequestrada pelo poder econômico,
desfigurada por campanhas milionárias sustentadas por “doações” de
grandes empresas, bancos e empreiteiras e, em consequência disso,
apartada do povo e do interesse público.
Esses valores exorbitantes confirmam que estamos diante de uma
plutocracia, que corrompe a política e torna os poderes da República
marionete de seus financiadores privados. Uma verdadeira ditadura, só
que dessa vez exercida pelo capital privado dono das campanhas e dos
mandatos da maioria dos eleitos. O que também tem sido fonte de
corrupção na política, como no caso, por exemplo, das empreiteiras
investigadas pela operação Lava Jato, e que figuram entre as maiores
financiadoras de campanhas eleitorais no País.
Diante desse absurdo, é urgente que o STF conclua a votação da ação
da OAB contra o financiamento privado das campanhas eleitorais no
Brasil. A ação está retida pelo interminável pedido de vista do ministro
Gilmar Mendes, que há mais de dez meses a mantém trancada em sua
gaveta. Seis ministros do STF já se manifestaram favoráveis à ação, e
apenas um contra.
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