por Fernando Brito
Para que não se duvide, transcrevo o UOL:
“Ao
final do desabafo, (Paulo) afirmou ter sido convencido pela família, e
não pelos advogados, a fazer a delação.”Quem me colocou com clareza para
eu fazer a delação foi minha esposa, minha filha, meus genros e meus
netos. Falaram pra mim: ‘Paulo, por que só você? E os outros? Cadê os
outros? Você vai pagar sozinho?’. Fiz a delação para dar um sossego a
minha alma e por respeito e amor à minha família.”
Aí, claro, você imagina a pobre família, inocente, premida pelas dificuldades e pelo sofrimento, reunida em orações, não é?
Só que aí aparece um blogueiro que está enojado sem ter roubado e traz o trecho do insuspeito Estado de Minas, no nem tão longínquo dia 3 de outubro:
“A família de Paulo Roberto Costa foi incluída no acordo de delação premiada assinado pelo ex-diretor da Petrobras, preso pela Operação Lava a Jato, da Polícia Federal. Assim, a mulher, as duas filhas e os genros de Costa também deverão colaborar com as investigações e devolver os recursos obtidos ilegalmente para, em troca, escapar da prisão. A família de Costa responde aos crimes de formação de organização criminosa e obstrução das investigações.
Em março, quando foi deflagrada a Operação Lava a Jato, as filhas e os genros de Paulo Roberto Costa foram até a empresa dele, a Costa Global, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, e retiraram diversos documentos – para, supostamente, destruí-los em seguida. Eles foram flagrados pelas câmeras de segurança do edifício, que mostra os quatro entrando e saindo do prédio várias vezes, com sacolas e mochilas. As imagens foram obtidas pela Polícia Federal, que os acusou de tentar destruir provas e dificultar as investigações.”
Depois, o mesmo blogueiro chato, que quer estragar este momento comovente de amor familiar, transcreve a Veja:
“Uma das filhas do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, Arianna Bachmann, é suspeita de se beneficiar com “informações privilegiadas” em contratos de venda de móveis para empresas contratadas da estatal.”
E, pior, determinado a destruir este momento sublime em que a Nação se verga à conversão do “ladrão de carreira” pelo poder do amor familiar e tudo o que ele diz é fruto puríssimo desta epifania no lar, ainda transcreve a Época:
“Os negócios de Arianna serviram como estágio para que ela subisse na hierarquia do negócio familiar montado por Paulo Roberto. O esquema, como ÉPOCA revelou, envolvia todos os integrantes de sua família. Havia hierarquia e funções bem definidas. Arianna tocava o dia a dia dos negócios. Márcio Lewkowicz, marido de Arianna, organizava as finanças. Humberto Mesquita, o Beto, era rival de Márcio na tarefa de administrar, no Brasil e no exterior, o dinheiro da corrupção na Petrobras. Shanni, a outra filha de Paulo Roberto, casada com Beto, tentava influenciar o patriarca para que o marido assumisse o controle financeiro das operações. Marici, a mulher de Paulo Roberto, era laranja em empresas e contas secretas em paraísos fiscais.”
Desculpem acabar com o momento de santidade que os jornais brasileiros proporcionaram a vocês, com a incapacidade de apontar o que há de fato: um ladrão, pego em flagrante, capaz de acusar a qualquer um, aos culpados e aos inocentes, em troca de uma escapatória menos grave para ele e para seus familiares cúmplices.
Nenhum jornal foi capaz de fazer este rápido e simples “recordar é viver” com o que eles próprios escreveram.
O ladrão da Petrobras, os outros que existirem e os políticos que apanharam dinheiro, coniventes com a propinagem de Paulo Roberto Costa devem responder pelo que fizeram.
Quem quer santificá-lo por razões políticas é tão desonesto quanto ele.
Aí, claro, você imagina a pobre família, inocente, premida pelas dificuldades e pelo sofrimento, reunida em orações, não é?
Só que aí aparece um blogueiro que está enojado sem ter roubado e traz o trecho do insuspeito Estado de Minas, no nem tão longínquo dia 3 de outubro:
“A família de Paulo Roberto Costa foi incluída no acordo de delação premiada assinado pelo ex-diretor da Petrobras, preso pela Operação Lava a Jato, da Polícia Federal. Assim, a mulher, as duas filhas e os genros de Costa também deverão colaborar com as investigações e devolver os recursos obtidos ilegalmente para, em troca, escapar da prisão. A família de Costa responde aos crimes de formação de organização criminosa e obstrução das investigações.
Em março, quando foi deflagrada a Operação Lava a Jato, as filhas e os genros de Paulo Roberto Costa foram até a empresa dele, a Costa Global, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, e retiraram diversos documentos – para, supostamente, destruí-los em seguida. Eles foram flagrados pelas câmeras de segurança do edifício, que mostra os quatro entrando e saindo do prédio várias vezes, com sacolas e mochilas. As imagens foram obtidas pela Polícia Federal, que os acusou de tentar destruir provas e dificultar as investigações.”
Depois, o mesmo blogueiro chato, que quer estragar este momento comovente de amor familiar, transcreve a Veja:
“Uma das filhas do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, Arianna Bachmann, é suspeita de se beneficiar com “informações privilegiadas” em contratos de venda de móveis para empresas contratadas da estatal.”
E, pior, determinado a destruir este momento sublime em que a Nação se verga à conversão do “ladrão de carreira” pelo poder do amor familiar e tudo o que ele diz é fruto puríssimo desta epifania no lar, ainda transcreve a Época:
“Os negócios de Arianna serviram como estágio para que ela subisse na hierarquia do negócio familiar montado por Paulo Roberto. O esquema, como ÉPOCA revelou, envolvia todos os integrantes de sua família. Havia hierarquia e funções bem definidas. Arianna tocava o dia a dia dos negócios. Márcio Lewkowicz, marido de Arianna, organizava as finanças. Humberto Mesquita, o Beto, era rival de Márcio na tarefa de administrar, no Brasil e no exterior, o dinheiro da corrupção na Petrobras. Shanni, a outra filha de Paulo Roberto, casada com Beto, tentava influenciar o patriarca para que o marido assumisse o controle financeiro das operações. Marici, a mulher de Paulo Roberto, era laranja em empresas e contas secretas em paraísos fiscais.”
Desculpem acabar com o momento de santidade que os jornais brasileiros proporcionaram a vocês, com a incapacidade de apontar o que há de fato: um ladrão, pego em flagrante, capaz de acusar a qualquer um, aos culpados e aos inocentes, em troca de uma escapatória menos grave para ele e para seus familiares cúmplices.
Nenhum jornal foi capaz de fazer este rápido e simples “recordar é viver” com o que eles próprios escreveram.
O ladrão da Petrobras, os outros que existirem e os políticos que apanharam dinheiro, coniventes com a propinagem de Paulo Roberto Costa devem responder pelo que fizeram.
Quem quer santificá-lo por razões políticas é tão desonesto quanto ele.
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