"Perto do que
pretendem fazer com o petróleo brasileiro, Paulo Roberto Costa era
ladrão de galinhas", diz o jornalista Fernando Brito, editor do
Tijolaço; ele alerta para o risco de retomada das concessões do
petróleo, como defende o jornal O Globo; "Leiloar áreas petrolíferas,
numa hora de depreciação do mercado é uma loucura que não pode ir em
frente", afirma; segundo ele, as empresas pagariam pouco ou quase nada
por áreas extremamente valiosas.
O ataque especulativo que as ações da Petrobras estão sofrendo tem um significado muito claro.
Não corresponde, em hipótese alguma aos “perigos” que os desvios de
recursos produzidos por Paulo Roberto Costa e Cia possam ter produzido.
Mesmo que tenham atingido o bilhão de reais que a mídia acena, isso não corresponde, sequer, a um mês de lucro da companhia.
Há razões objetivas óbvias para a queda que passam muito longe deste
motivo: a queda de 40% no preço do petróleo no mercado internacional.
Que só é mencionada, nas análises de nosso jornalismo econômico muito en passant.
As perdas das petroleiras no mercado acionário são generalizadas.
Chevron, Shell e BP caíram, desde outubro, algo em torno de 20%
Claro que as da Petrobras, com ataque desfechado contra a empresa, no último mês, ultrapassaram com folga as demais.
Qual é a chance que o mercado vê?
A primeira, é óbvio, é impor uma derrota a Dilma forçando-a a
entregar a cabeça de Graça Foster, em nome de deter o vórtice onde o
mercado está lançando a petroleira brasileira.
Mas isso é o tático. O estratégico é…
Deixo que O Globo responda, no editorial que publicou ontem.
“A política brasileira para o petróleo, extremamente concentrada
na Petrobras, terá de passar por uma revisão. Há sinais que isso
começará a ocorrer em 2015. A Agência Nacional do Petróleo (ANP) vai
propor ao Conselho Nacional de Política Energética uma rodada de
licitações no ano que vem com uma oferta que englobe de 200 a 300 novas
áreas destinadas à exploração. Após tantos anos sem rodadas ou com
ofertas minguadas a potenciais investidores, 2015 pode marcar uma
reviravolta na política do petróleo.”
Leiloar áreas petrolíferas, numa hora de depreciação do mercado é uma
loucura que não pode ir em frente. Porque as petroleiras, que não estão
dando conta de tudo o que investiram em exploração de novos campos na
hora do petróleo em alta darão o que para assumirem novos compromissos?
Nada, é claro, ainda mais tendo que se submeter a políticas de conteúdo
nacional e prazos. Mas, aí, para atraí-las, revogam-se as primeiras e
dilatam-se os segundos, não é?
Mas tem mais, querem ver?
“O próprio pré-sal também precisa de uma revisão nas regras de
exploração de futuros blocos. O governo Lula instituiu o modelo de
partilha de produção no pré-sal, tornando a Petrobras operadora única
desses blocos, e com uma participação de no mínimo 30% no consórcio
investidor. Na prática, ressuscitou o monopólio para essas áreas. Ambas
as condições são inexequíveis para a realidade financeira e gerencial da
Petrobras.(…)Ainda que mantenha o modelo de partilha para o pré-sal, o
governo terá então de rever a obrigação de a Petrobras ser a operadora
única dos futuros blocos e ter um limite mínimo de participação nos
consórcios.”
Perto do que pretendem fazer com o petróleo brasileiro, Paulo Roberto Costa era ladrão de galinhas…
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