De volta a república Banana
por : Kiko Nogueira
“População é retirada à força da galeria da Câmara neste
momento. Base da presidente Dilma não quer a presença do povo no casa
que é do povo!”
Assim o PSDB se referiu à mixórdia no Congresso durante a votação do
projeto do Executivo que prevê mudanças nas regras do superávit primário
– que vai desobrigar o governo de cumprir a meta atual.
Povo? Vejamos.
O maniqueísmo e o ódio são as armas da ultra direita tucana, que faz política com o umbigo e com o fígado (Mviva) |
Boa parte das duas dezenas de manifestantes que xingaram a senadora Vanessa Grazziotin, do PC do B, admitiu ser ligada ao PSDB.
Vanessa teria sido chamada de “vagabunda”, segundo sua colega Jandira
Feghali. O líder do PSDB na Câmara, deputado Antonio Imbassahy, afirma
que não era bem isso: o coro era o imortal “Vai pra Cuba!”, a palavra de
ordem do coração de todo idiota médio.
Renan Calheiros convocou a polícia legislativa para retirar aquelas
pessoas. Políticos da oposição subiram até a plateia e fizeram uma
espécie de “cordão de isolamento” para protegê-las.
Briga de futebol. Uma senhora de 79 anos levou uma gravata de um
segurança. O professor de história Alexandre Seltz foi imobilizado com
uma descarga de arma de taser. Estava lá também o líder dos “Revoltados
Online”, Marcelo Reis, figura manjada dos atos pelo impeachment.
Havia ainda membros do “Movimento Brasil Livre”, que apoiou Aécio Neves. A página do MBL no Facebook tem fotos fofas com Ronaldo Caiado. O próprio professor Seltz, aliás, faz o que define como vídeos-desabafos. A maioria contém “apelos às Forças Armadas, à maçonaria, à ala conservadora da Igreja Católica” para que ajam antes que os “comunistas filhos da puta” tomem conta do Brasil.
Não, isso não significa que ninguém mereça tomar choque. Mas daí a
chamar um grupo de baderneiros levados por parlamentares de “povo” vai
um oceano.
|
Faltou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário