Cesare Battisti: até o Mino Carta quer o fígado dele |
O Brasil já deu asilo a ex-ditadores e golpistas de direita, como os portugueses Marcelo Caetano e António Spínola e os generais paraguaios Alfredo Stroessner e Lino César Oviedo; e a esquerdistas como o ex-padre colombiano Olivério Medina, representante das Farc no Brasil; e a Cesare Battisti, ex-militante da esquerda armada italiana nos anos 1970. Mas a mídia só fez escândalo no caso deste último – até o Mino Carta saiu em defesa da posição do governo italiano. Por que raios? Às vezes há menos coisas entre o céu e a terra do que imagina nossa vã filosofia...
Abaixo, um texto do Paulo Moreira Leite – o único, até agora, a tratar do assunto:
E a turma anti-Battisti vai protestar?
Confesso
nunca foi um fanático pela causa do Cesare Battisti, aquele militante da
extrema-esquerda italiana que foi condenado por terrorismo na Itália e, após
muita polêmica, recebeu autorização para residir no Brasil. Minha opinião é que
era possível encontrar argumentos contra e favor do asilo.
Mas o
debate cansou pelo tom eleitoral-politizado. Agora, um senador boliviano
chamado Rocha Pinto decidiu pedir asilo no Brasil. No momento, ele se encontra
internado na Embaixada. O Itamaraty disse sim e só aguarda pelo salvo-conduto
do governo Evo Morales para autorizar sua viagem ao Brasil.
Estranho
que até agora a campanha anti-Battisti não tenha se manifestado. A folha
corrida do senador, a se acreditar no que diz o governo boliviano, não é
pequena. Inclui acusações de corrupção, assassinato, massacre de camponeses e
vai por aí. Mesmo assim, aquela turma que chegou a tentar assustar os
brasileiros diante de uma possível reação do Silvio Berlusconi, que seria capaz
de interrromper a bunga-bunga de sempre para aplicar outro tipo de retaliação,
permanece em silêncio.
Por que?
Porque interessava usar Battisti para apontar, em Lula, uma suposta conivência com
terroristas. Apenas isso. Considerando o passado de Dilma…
Eu acho
que o governo brasileiro faz bem em dar asilo ao senador boliviano, por mais
que isso desagrade a Evo Morales, vizinho e em certa medida, aliado.
É a
tradição brasileira. O país já abrigou ditadores e até nazistas fugidos. Por
que não iria dar asilo a um senador acusado de corrupção? O caso Rocha
Pinto tem essa utilidade. Ajuda a mostrar que a decisão de manter Battisti no país
foi acertada. Concorda?
A HISTÓRIA QUE NINGUÉM CONTA E O QUE SÓ TIROU DIPLOMA POR PROCESSOS SAFADOS NUNCA SOUBE
ResponderExcluirQuando custa uma universidade pública? Cerca de 15 bilhões. R$ 5 bi é com infraestrutura:tudo da aluno carente precisa (alojamento, comida livro e bolsa), residencial para docente e funcionários, biblioteca de qualidade,etc. Os outros R$ 10 bi é para ser aplicado na rede básica para produzir o que universidade prescinde para ter o mínimo de qualidade, e disso nem preciso dizer que a maior parte é para pagar salário docente.
As nossas universidades públicas começaram com JK, o qual fundou 10. Quanto gastou por isso? PRATICAMENTE NADA. O que fez foi juntar alguns núcleos cursos isolados num pacote e se deu o nome de universidade. E na maioria dos casos, designou terreno conseguido por doação (coisa que até turma de construtora entrou alegremente) para ser o campus. Obviamente todos os terrenos ¨doados¨ exigiram gastos fabulosos só com fundações, como a história mostra. E enquanto não, continuariam funcionando nos mesmos prédios de sempre e em alguns casos em espaço cedido da rede pública. E tudo SEM GASTAR UM CENTAVO A MAIS COM REDE PÚBLICA DE ENSINO BÁSICO.
Por que a classe docente superior deixou tudo isso acontecer sem um suspiro de protesto? Em tais criação de universidade tinha um presente maravilhosos para todos: os cargos administrativos seriam ocupados por esses ganhando extra. Porquanto, deixaria sala de aula, espaço lúgubre, mal cheiroso e cheio de aluno com as piores deficiências, sem perder um centavo e as benesses da carreira docente, mais extras com possibilidade de ir até ao infinito. Fora os ganhos políticos dos mais importantes.
(Cont)
Veio a ditadura e precisa atuar nesse quadro por haver um inimigo feroz: estudante de nível superior. Era preciso levantar bilhões para fazer os campi universitários. E nem isso queriam, as construtoras com sempre estavam na jogada, mas que fosse cidade universitária: Tinha que ser coisa tão inóspita para pobre que mesmo que fosse só para ir uma aula para seguinte precisaria ter carro.
ResponderExcluirA turma delfiniana entrou em campo para conseguir fábulas via empréstimos internacionais MEC/USAID. Como há certas coisas que provocam vergonhas mesmo em facínoras, precisar explicar como gastar bilhões com curso superior sem ensino básico, educação para o povo. Eis que entra em cena o MOBRAL. E ficou assim: dos bilhões vindo se gasta centavos com educação para o pouco e os demais com construtoras para fazer cidades universitárias.
Construída essas cidades universitárias, uma enormidade de problemas surgiram e um era gritantes: como conseguir docente para tanto, havendo dois subtraendo: mais cargos administrativos e.. alguns indesejáveis que precisavam perseguir e demitir. A grosso modo resolveram isso delegando ao general que cuidada da universidade pública (toda essa tinha gabinete comando por gente do serviço de informação, sendo reitor apenas boneco de figuração) . Esse passou nomear como docente tudo quanto era escória social e com mais gosto quanto mais escória fosse (O CONCURSO ERA FAJUTICE, SALVO EXCEÇÕES, MAS ESSAS O GENERAL TENTAVA POR TODOS OS MEIOS EVITAR A NOMEAÇÃO ). Precisava até que o sujeito se fingisse de esquerda para fazer relato e denunciar ao general e não só, aluno, como todo e qualquer. Alguns aproveitaram, já que desejava que general nomeasse esposa/amante, parente, amigo, etc para vaga, para delatar docente. E alguns casos, para o sujeito tomar fugir, bastava esse colocar bilhetinho por baixo da porta do gabinete do docente, dizendo-se amigo anônimo e que estava sabendo que o general desconfiava que esse era comunista.
Veio do tempo dito de redemocratização: a primeira providência foi tocarem fogo em todos os arquivos do general, alguns foram pelo fato do general cumprir o prometido, e com um prêmio: EFETIVAÇÃO DE TODOS SEM CONCURSO. E um dado: a quantidade de cargos administrativos estava estagnada. Para tanto, criaram a figura dos campi para o interior, na imensa maioria nada além de escola pública cedida pelos municípios. Esse precisava ter curso superior para diplomar docente que prestasse e tendo sem prestar, de onde viria aluno para fazer curso superior? Como o que interessa mesmo era o cargos administrativos, isso era questão para safado colocar.
O governo Lula fez tal qual JK, com alguns adendos próprios e com algumas atualizações exigidas pelo tempo e nada mais.