Chanceler brasileiro Antônio Patriota |
Os presidentes dos países do Mercosul vão assinar na
sexta-feira a suspensão do Paraguai do bloco econômico e de todo o
processo decisório do grupo regional, afirmou o ministro das Relações
Exteriores do Brasil, Antônio Patriota, em entrevista coletiva à
imprensa. "Lamentamos muito esta decisão que vocês têm acompanhado, mas
como já havíamos antecipado, os chanceleres de 12 países na
Rio+20, o processo no Paraguai não tinha tido plena vigência democrática, conforme previa o Protocolo de Ushuaia", afirmou.
Patriota não quis antecipar todos os detalhes sobre o prazo de
suspensão do Paraguai para participar de reuniões e decisões da cúpula
do
Mercosul, porém fontes ouvidas pela Agência Estado, mais cedo, informaram que este prazo seria até a realização de eleições
democráticas no país.
O ministro brasileiro não confirmou se haveria possibilidade de
incorporação plena da Venezuela durante este período de suspensão
do Paraguai. No entanto, ele reconheceu que este assunto é sempre examinado durante as cúpulas do Mercosul, porque há grande
interesse na participação plena da Venezuela. "Queremos trabalhar para que isso ocorra o mais breve possível", disse Patriota,
insinuando que poderia haver avanços neste processo durante a
presidência rotativa (pro tempore) do Brasil no Mercosul que começa
a partir de amanhã pelos próximos seis meses. "Este é um tema que se mantém em urgência".
Patriota também reiterou o que havia antecipado à AE nesta tarde, que não houve pressões de nenhum dos sócios do Mercosul para
impor sanções econômicas ao Paraguai. Por último, o ministro brasileiro confirmou que os presidentes vão assinar uma declaração
com vistas a ampliar a cooperação econômica e comercial entre o Mercosul e a China.
Marina Guimarães/Agência Estado
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