Espera-se
que o STF não se intrometa numa decisão do Senado. A Comissão de Ética
do Senado tem seu rito, sua organização, seu regulamento de
funcionamento, igual para todos os que passam por lá.
Demóstenes
tem o mesmo tratamento de outros que anteriormente, até por iniciativa
dele, acabaram por ser investigados e julgados no Conselho de Ética.
Implacável com possíveis corruptos, inflexível com os adversários,
capaz de pedir a cabeça de ministros e governadores, em situações muito
menos claras de envolvimento com corrupção do que ele mesmo apresenta,
DEMóstenes quer agora para si, uma clemência e tolerância que jamais
teve com os outros.
Demóstenes Torres aciona STF para suspender processo no Conselho de Ética
Débora Zampier
Repórter da Agência Brasil
Brasília
– Os advogados do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) entraram
com mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar
impedir a conclusão do processo contra ele no Conselho de Ética do
Senado. No documento, os advogados pedem a interferência do STF
alegando que a defesa do político está sendo cerceada.
De
acordo com os advogados de Demóstenes, houve ilegalidades nas
interceptações telefônicas que estão sendo usadas como provas do
envolvimento do senador com o grupo do empresário Carlos Augusto Ramos, o
Carlinhos Cachoeira, suspeito de liderar um esquema de jogos ilegais
em Goiás.
Os
advogados também argumentam que há indícios de fraude na edição das
escutas e que, apesar dos pedidos para que o material fosse periciado, a
Comissão de Ética alegou que as gravações não seriam usadas nas
apurações do Conselho, o que não está ocorrendo na prática.
Para
os advogados, as tentativas de provar a ilegalidade das escutas estão
sendo barradas porque os senadores atendem “a inclinações políticas
nocivas à presunção de inocência”. Pelo mesmo motivo, os defensores de
Demóstenes afirmam que o processo está atropelando prazos processuais
que deveriam ser respeitados.
O
mandado de segurança pede a suspensão liminar do processo no Conselho
de Ética até que o mandado de segurança seja analisado no mérito. O
último prazo para apresentação de defesa de Demóstenes no conselho é
amanhã (15), e o relatório final deverá ser lido e aprovado na próxima
segunda-feira (18), conforme cronograma estabelecido pelo colegiado.
Edição: Nádia Franco
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