No próximo decênio, a Força Aérea da Rússia deverá receber um novo bombardeiro estratégico.
A
Rússia provavelmente não terá necessidade do novo bombardeiro tripulado
de longo alcance PAK-DA destinado a substituir as aeronaves Tupolev
Tu-160 e Tu-95 atualmente em serviço, de acordo com o vice-primeiro
ministro Dmitry Rogozin.
Rogozin, que tem responsabilidades especiais junto ao complexo militar-industrial, disse a Izvestia da Rússia que a aviação de longo alcance de seu país não será revivida no “sentido tradicional”, como parte da força de ataque estratégico nuclear da nação. “Olhe para o nível de desenvolvimento das defesas anti-aéreas e anti-mísseis: todos essas aeronaves nunca vão chegar perto de seus alvos”, acrescentou.
Pouco
se sabe sobre o PAK-DA, que não está sendo desenhado pelo Escritórios de
Projetos Tupolev e não será uma versão modificada do Tu-160, como foi
sugerido anteriormente.
No ano passado, o comandante da aviação de longo alcance, o Major
General Anatoly Zhikharev, disse que o furtivo PAK-DA estaria voando em
forma de protótipo por volta de 2020, e entraria em serviço em 2025, com
novos recursos de navegação, comunicações e equipamentos de guerra
eletrônica, além de outros sensores.
Rogozin, que tem responsabilidades especiais junto ao complexo militar-industrial, disse a Izvestia da Rússia que a aviação de longo alcance de seu país não será revivida no “sentido tradicional”, como parte da força de ataque estratégico nuclear da nação. “Olhe para o nível de desenvolvimento das defesas anti-aéreas e anti-mísseis: todos essas aeronaves nunca vão chegar perto de seus alvos”, acrescentou.
TU-95 Bear
Entretanto,
há quem critique a necessidade deste avião. Acontece que os modernos
sistemas de defesa antiaérea e defesa antimíssil podem tornar impossível
a utilização deste aparelho que, contudo, não está excluído da lista de
encomendas.
Hoje a aviação de longo alcance da Força Aérea da Rússia inclui três
tipos de bombardeiros: os supersônicos estratégicos de longo alcance
Tu-22M3, os pesados Tu-95 e os superpesados de longo alcance Tu-160.
TU-160 BlackJack(foto:aibob.blogspot.com)
TU-22M3 BackFire(Foto:russianmilitaryphotos.wordpress.com)
TU-22M3 BackFire(Foto:russianmilitaryphotos.wordpress.com)
O raio de alcance do Tu-22M3 (foto acima) atinge 1500-3500 quilômetros.
Os
seus congêneres mais pesados podem voar 6-7 mil km sem reabastecimento.
Levando em consideração o raio de ação das suas armas principais
(mísseis de cruzeiro) esta característica permite atingir alvos no
território da América do Norte.
Em média, o parque russo de aviões estratégicos é mais jovem do que o americano.
B-52 stratofortress foto:(allyinglouriousbasterds.blogspot.com )
O
principal bombardeiro americano, o B-52, tal como o Tu-95 russo,
levantou voo pela primeira vez em 1952. Os B-52H, ainda em dotação da
Força Aérea dos EUA, foram construídos em 1960-1962.
Os
B-1B, construídos em 1984-1988, e os B-2, construídos em 1989-1997 são
da mesma idade que os aviões russos.
Os B-2* (?), muitos dos quais já têm 50 anos, terão de voar até 2040.
Entre 2025 e 2040, estas máquinas devem ser substituídas por aviões de
nova geração, desenvolvidos no quadro do programa NGB (Next Generation
Bomber – Bombardeiro de Nova Geração).
Este
novo avião deve substituir também os B-1B, cuja retirada de dotação
começará já nos anos 2030, e será utilizado paralelamente com os B-2 que
terão de servir até o fim dos anos de 2040.
Segundo
aquilo que se conhece sobre o NGB, o novo avião será diferente do B-2
no que se refere ao peso de decolagem (menor, cerca de 100 toneladas
contra 170), ao armamento (bombas com 13 toneladas ao todo, contra 23) e
ao raio de alcance (3800 km contra 5000).
Uma
diminuição de caraterísticas permitirá diminuir o preço da nova máquina
para 500-600 milhões de dólares por unidade contra mais de um bilhão de
dólares por um B-2.
Especialistas russos acompanham com bastante atenção o desenvolvimento
do projeto NGB.
A
conceção de uma máquina de “peso médio – pesado” que tem maior alcance
em comparação com o Tu-22M, mas menor do que o Tu-160 vê-se bastante
atraente.
Para
definir a imagem do novo avião desenvolvido no quadro do programa PAK DA
(complexo aéreo futuro de aviação de longo alcance), é necessário
determinar os seus objetivos.
O
bombardeiro de longo alcance russo deve ter a possibilidade de atingir
alvos no território da Eurásia após levantar voo da base, sem
reabastecimento no ar, e cumprir missões de tipo intercontinental com
reabastecimento.
Este é um raio de alcance de 3500 km com carga completa e de 5500 km com carga limitada. É possível diminuir o preço da máquina unificando os seus equipamentos com os do caça em desenvolvimento T-50.
Este é um raio de alcance de 3500 km com carga completa e de 5500 km com carga limitada. É possível diminuir o preço da máquina unificando os seus equipamentos com os do caça em desenvolvimento T-50.
Discute-se
a possibilidade de construir um avião de 100-120 toneladas com quatro
motores AL-41 (o T-50 tem dois) e de desenvolver um equipamento
radioeletrónico de bordo do novo bombardeiro na base do equipamento
elaborado para o T-50.
Como
alternativa ao PAK DA, propõe-se frequentemente a utilização da família
de caças em dotação e em elaboração Su-27/Su-30 e T-50, de bombardeiros
Su-34, assim como a modernização de aviões de longo alcance
disponíveis.
A primeira decisão, embora seja financeiramente atraente, não garante sempre novas potencialidades em caso de guerra.
As
capacidades dos aviões de curto alcance de atingir alvos fora de um raio
de alcance normal (até 2000 km) diminuem bruscamente.
É
impossível atingir “em um único voo” alvos a uma grande distância do
aeródromo de baseamento permanente. São necessárias ou uma base
intermédia ou a utilização de aviões de reabastecimento, o que aumenta
as despesas financeiras e o tempo para atingir os alvos.
A segunda decisão é melhor, mas é limitada no tempo.
Apesar
de um longo prazo de utilização, os modernos aviões não são eternos e o
processo de sua projeção e de entrada em produção é longo. Se a Rússia
suspender hoje o desenvolvimento de novo bombardeiro, o país poderá
ficar sem aviação de longo alcance em 2040-2050.
Se no
período de sua projeção aparecerem novas máquinas que permitam abandonar
dos portadores de mísseis pesados tradicionais, estes trabalhos poderão
ser suspensos, mas só depois de surgir uma alternativa de trabalho.
Fonte: Voz da Rússia ;Flight Global-Via:CAVOK
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